Plasma frio altera superfície de sementes de cevada

Tratamentos com plasma de baixa temperatura modificam a superfície de sementes de cevada (Hordeum vulgare) e aceleram a absorção inicial de água. O efeito ocorre sem danos estruturais ao grão. O resultado surge de testes com plasmas enriquecidos com oxigênio e nitrogênio, aplicados por dez minutos em sementes comerciais por pesquisadores argentinos.

Análises químicas mostram aumento expressivo de oxigênio na superfície após o tratamento com plasma de oxigênio. O teor superficial de oxigênio sobe de 9% para 24%, enquanto o carbono cai de 88% para 76%. O plasma de nitrogênio provoca mudanças mais moderadas, com oxigênio em 13% e carbono em 85%, além da incorporação detectável de grupos nitrogenados.

A espectroscopia de fotoelétrons indica forte aumento de grupos hidroxila na superfície das sementes. A fração desses grupos cresce de 70% no controle para 90% no plasma de oxigênio e 82% no plasma de nitrogênio. O resultado aponta maior hidrofilicidade da casca, fator ligado à entrada de água.

Ensaios de embebição confirmam o efeito funcional. A taxa inicial de absorção de água praticamente dobra após o tratamento. O índice inicial sobe de 20,25/h no controle para 36,70/h no plasma de oxigênio e 38,87/h no plasma de nitrogênio. A capacidade final de hidratação não muda de forma relevante.

Técnicas espectroscópicas, como Raman e infravermelho, mostram preservação de polissacarídeos, proteínas, lipídios e carotenoides. As variações aparecem apenas na intensidade dos sinais, associadas à maior exposição da superfície. Não surgem novos compostos nem alterações no interior da semente.

Imagens de microscopia eletrônica não revelam danos morfológicos. A estrutura natural da casca permanece intacta após os tratamentos. A análise elementar em escala micrométrica detecta apenas mudanças discretas, coerentes com modificações restritas à camada mais externa.

O plasma de oxigênio promove maior oxidação e limpeza da superfície. O plasma de nitrogênio induz aminação mais suave. Ambos aceleram a hidratação inicial. Os dados indicam potencial para melhorar a eficiência da maceração da cevada, etapa crítica para a germinação e a maltagem, sem comprometer a integridade do grão.

Outras informações em doi.org/10.3390/seeds5010002