Verão 2025/2026 terá calor acima da média no Brasil
Previsão indica chuvas irregulares e impactos distintos nas regiões produtoras entre janeiro e março
A semeadura do arroz entrou em fase final no Rio Grande do Sul. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado hoje (18/12) pela Emater/RS, restam por semear menos de 5% da área projetada pelo Instituto Riograndense do Arroz (Irga), que é de 920.081 hectares. O estabelecimento das lavouras de arroz é considerado satisfatório, com bom estande e crescimento inicial uniforme.
Conforme a entidade, o retorno das chuvas na primeira quinzena de dezembro foi fundamental para a germinação em áreas recém semeadas, reduzindo a necessidade de banhos iniciais e favorecendo o início e a consolidação da irrigação contínua. Em áreas com excesso de precipitação ocorreram alagamentos pontuais e danos em taipas, exigindo reparos.
Apesar de desuniformes, as precipitações também promoveram a recomposição dos mananciais, dos reservatórios e de cursos hídricos, aumentando a disponibilidade hídrica adequada para a condução da safra, cuja produtividade é estimada pela Emater/RS em 8.752 kg/ha.
A Emater/RS projetou para esta safra de verão o plantio de 26.096 hectares com feijão 1ª safra. Boa parte das principais regiões produtoras está semeada e a cultura apresenta diferentes estágios fenológicos, faltando concluir o plantio nos Campos de Cima da Serra, maior produtor em primeira safra.
As chuvas do dia 08/12 permitiram a recomposição da umidade nos solos, favorecendo grande parte das lavouras e contribuindo para amenizar o déficit hídrico das pastagens. No caso do feijão 1ª safra, a estiagem prolongada já ocasionou perdas irreversíveis na qualidade do grão e na produtividade, estimada em 1.779 kg/ha.
As adversidades climáticas sobre o RS ocasionaram abortamento de flores e queda de vagens em formação, especialmente em lavouras de feijão que ingressavam na fase reprodutiva. A situação fitossanitária está satisfatória, mas o período seco favoreceu a incidência de ácaros em lavouras isoladas, demandando controle químico. Porém, há riscos de perdas significativas nesta safra de feijão.
A semeadura da soja foi restabelecida, com índices de semeadura próximos à finalização em algumas regiões e predominância de lavouras em desenvolvimento vegetativo. No Estado, a área plantada alcançou 89% dos 6.742.236 hectares projetados pela Emater/RS.
As chuvas ocorridas na primeira quinzena de dezembro recompuseram a umidade do solo e permitiram a retomada generalizada do plantio, além de favorecerem a recuperação fisiológica das lavouras implantadas em outubro e novembro, que vinham apresentando sintomas de estresse hídrico após um período seco de duas a três semanas. O escalonamento do plantio, decorrente da falta de chuvas, é avaliado como fator de redução de risco produtivo diante da possibilidade de estiagens associadas ao fenômeno La Niña.
As lavouras de milho no Rio Grande do Sul apresentam cenário heterogêneo, condicionado pela irregularidade das precipitações. O déficit hídrico afetou lavouras entre o pré-florescimento e o enchimento inicial de grãos, diminuindo o potencial produtivo em áreas conduzidas em regime de sequeiro.
As chuvas recentes contribuíram para a recomposição da umidade do solo e para a retomada do crescimento vegetativo em áreas ainda fora do pico reprodutivo. Porém, nas lavouras mais danificadas, a capacidade de reversão das perdas já estabelecidas está limitada, uma vez que o número de grãos por espiga e a eficiência da polinização já foram definidos. Em áreas irrigadas, os impactos foram atenuados, mas as altas temperaturas afetaram ligeiramente o potencial.
Atualmente estão semeados 90% dos 785.030 hectares projetados com milho pela Emater/RS para esta safra, estando 26% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 22% em floração, 44% em enchimento de grãos e 8% do milho está em maturação. A produtividade estimada é de 7.370 kg/ha.
A situação da cultura se estabilizou após as chuvas. No entanto, a recomposição hídrica foi parcial, e há necessidade de regularização para confirmar o potencial produtivo. As lavouras semeadas mais precocemente começaram a ser colhidas.
Conforme estimativa da Emater/RS, a área destinada ao milho para silagem deve atingir 366.067 hectares, e a produtividade estimada é de 38.338 kg/ha. Na região administrativa de Erechim, toda a área está plantada, estando 5% em estado vegetativo e 95% em início de pendoamento e espigamento. Os produtores têm aplicado maior quantidade de adubação orgânica, reduzindo os químicos.
O campo nativo se encontra em desenvolvimento vegetativo, apresentando melhora na oferta e na qualidade das pastagens em função das chuvas do período e da elevação das temperaturas, que proporcionaram a retomada do crescimento e da coloração mais verde das áreas.
As pastagens cultivadas também foram beneficiadas pelas chuvas. Foram retomados o crescimento das forrageiras anuais de verão já estabelecidas e as implantações que estavam atrasadas devido à falta de umidade. Com o restabelecimento da umidade no solo, áreas de implantação mais tardia receberam adubação NPK e tendem a apresentar boa resposta no desenvolvimento para uso em pastejo direto, para produção de feno e para a produção de sementes.
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