RS Safra 2025/26: colheita do trigo avança em ritmo moderado

A colheita do trigo no Rio Grande do Sul avança de forma gradual, alcançando 42% da área cultivada, segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS nesta quinta-feira (6/11). O índice é inferior à média das últimas cinco safras, que para o mesmo período é de 64%.

A alternância entre períodos chuvosos e temperaturas amenas em setembro e outubro prolongou as fases vegetativa e de formação de grãos, resultando em maturação mais lenta das lavouras. Atualmente, 36% das áreas estão em maturação fisiológica, 20% em enchimento de grãos e 2% ainda em floração, indicando desenvolvimento mais tardio em comparação a anos anteriores.

Mesmo com o atraso, as condições climáticas têm favorecido o peso dos grãos e a uniformidade das espigas. A qualidade industrial se mantém dentro dos padrões ideais para panificação e moagem. As produtividades iniciais variam entre 2.800 e 3.500 kg/ha, conforme a fertilidade do solo e a época de semeadura. A área total de trigo no estado é estimada em 1,14 milhão de hectares, com produtividade média projetada de 3.261 kg/ha.

Demais culturas de inverno

A aveia-branca está em plena colheita nas principais regiões produtoras, com produtividade dentro do esperado, mesmo com variações pontuais causadas por diferenças de manejo e condições climáticas. A qualidade dos grãos é considerada boa, com PH satisfatório e uniformidade, favorecendo o uso industrial. A área cultivada é estimada em 393.252 hectares, e a produtividade média, em 2.445 kg/ha.

A canola entra na reta final do ciclo, com 27% das lavouras em maturação e 70% da área já colhida. Nas propriedades com melhor manejo e uso de cultivares adaptadas, os rendimentos superam 2.400 kg/ha; já nas áreas afetadas pelo excesso de chuvas ou com menor investimento, a produtividade fica abaixo de 1.500 kg/ha. A Emater/RS estima 176.076 hectares cultivados e produtividade média de 1.659 kg/ha.

A cevada também está em colheita, com 30% da área já colhida. Os grãos apresentam tamanho e germinação adequados, mas houve aumento dos defeitos de origem microbiana (DOM) devido à alta umidade. Apesar da leve redução no poder germinativo, o produto ainda atende aos padrões exigidos para malteação. A área estimada é de 31.613 hectares, com produtividade média de 3.458 kg/ha.

Culturas de verão

A soja tem implantação desigual no estado, impactada pelo ciclo prolongado das culturas de inverno e pela irregularidade das chuvas. Até o momento, 14% dos 6,74 milhões de hectares previstos foram semeados. As regiões com precipitações mais regulares apresentam melhor avanço, e os produtores aguardam novas chuvas para intensificar o plantio até meados de dezembro.

Há, contudo, redução nos investimentos em fertilizantes e insumos, devido aos custos elevados e à limitação de crédito, o que pode refletir nas produtividades médias — estimadas em 3.180 kg/ha.

O milho alcança 77% da área projetada para o estado, beneficiado pelo retorno das chuvas, que repuseram a umidade do solo e permitiram a retomada da semeadura. Cerca de 90% das lavouras estão na fase vegetativa, e 10% já iniciam o pendoamento e a floração. O estande de plantas é satisfatório e as lavouras apresentam bom potencial produtivo, com produtividade estimada em 7.370 kg/ha, em 785.030 hectares.

A semeadura de milho para silagem segue em ritmo escalonado. Na Região da Campanha, os produtores dividem o plantio em duas etapas — entre outubro e novembro, e entre dezembro e janeiro — para reduzir riscos associados ao fenômeno La Niña. No Alto Uruguai, o avanço é maior, com destaque para cultivos que receberam adubação orgânica. A área destinada à silagem deve atingir 366.067 hectares, com produtividade de 38.338 kg/ha.

O arroz avança de forma gradativa, com o percentual médio de área implantada entre 40% e 60% nas principais regiões produtoras, e acima de 90% nas mais adiantadas. As lavouras apresentam bom estande e vigor, e o plantio deve se estender até o início de dezembro nas áreas afetadas pelo excesso de umidade. O estado deve cultivar 920.081 hectares, com produtividade estimada em 8.752 kg/ha, segundo a Emater/RS e o Irga.

A cultura do feijão 1ª safra apresenta bom desenvolvimento vegetativo na maior parte das regiões, favorecida pelas chuvas que restabeleceram a umidade do solo. Nas áreas mais adiantadas, observa-se início da floração e do enchimento de vagens. A área projetada é de 26.096 hectares, com produtividade média de 1.779 kg/ha.

Pastagens

Os campos nativos encontram-se em fase de rebrota, e as pastagens de aveia e azevém comum estão na fase reprodutiva, enquanto os azevéns tetraploides seguem na fase vegetativa. A produção e a qualidade são consideradas satisfatórias.

As espécies de verão estão em fase de implantação, beneficiadas por um regime de chuvas relativamente regular, embora algumas áreas tenham enfrentado baixa luminosidade e períodos secos que prolongaram o vazio forrageiro.

Muitos produtores aproveitaram o período para produzir feno e silagem, garantindo reservas estratégicas de alimento para o rebanho durante a transição de estação.