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                                                Uma variedade transgênica de laranja Hamlin mostrou tolerância elevada ao greening dos citros. A nova planta, batizada de NuCitrus, foi desenvolvida por cientistas da Universidade da Flórida. O projeto usa um gene da planta Arabidopsis thaliana para fortalecer o sistema imune da laranjeira.
A modificação genética insere o gene AtNPR1, regulador chave da resistência adquirida sistêmica em plantas. Com ele, a planta infectada mostra poucos ou nenhum sintoma visível da doença. Ainda infectada, mantém a produtividade e a qualidade da fruta.
NuCitrus não impede a infecção pelo agente do greening (Candidatus Liberibacter asiaticus), mas evita os danos severos que reduzem produtividade e qualidade. O gene não confere resistência completa, mas tolerância duradoura.
Os insetos vetores da doença, os psilídeos, continuam a infectar as plantas. Mesmo assim, as árvores transgênicas produzem frutos de aparência e qualidade aceitáveis para o mercado.
Segundo o microbiologista Eric Triplett, que lidera o projeto junto com o fitopatologista Zhonglin Mou, o desenvolvimento contou com apoio do UF/IFAS Crop Transformation Center e financiamento federal do programa ECDRE.
Estudos laboratoriais e análises moleculares demonstraram que o AtNPR1:
Em testes, a proteína foi degradada em menos de uma hora com tripsina e em até quatro horas com pepsina, enzimas digestivas humanas. Softwares reconhecidos pelo FDA (CSM-Toxin e Allermatch) não detectaram semelhança com toxinas ou alérgenos conhecidos.
Análises compararam o suco da variedade NuCitrus com o da laranja convencional Hamlin. Os valores nutricionais foram semelhantes. O suco da variedade transgênica apresentou leve aumento calórico e de açúcares, sem alterações relevantes nos demais componentes.
Em média:
O perfil se manteve dentro dos padrões da indústria para suco natural. O teor da proteína AtNPR1 no suco ficou abaixo de 5 µg/L, concentração considerada desprezível para qualquer risco de exposição.
A equipe sequenciou o genoma das cinco linhas transgênicas. O DNA inserido está localizado em cromossomos não associados a genes críticos para o desenvolvimento do fruto. Linhas com alterações no gene HO1 (heme oxigenase) ou RPS7 (ribossomal) não apresentaram efeitos fenotípicos relevantes.
 
                                                                                     
                                                As plantas seguem produzindo frutos normais em campo por mais de nove anos, segundo dados de estudos anteriores. A presença da modificação genética pode ser rastreada por marcadores moleculares desenvolvidos para cada linha.
As linhas estão plantadas em Fort Pierce, Flórida, sob alta pressão da doença. Mesmo assim, mantêm aparência saudável, folhagem verde e produtividade regular. A infecção pela bactéria do greening persiste, mas sem os sintomas graves observados em laranjeiras convencionais.
A Universidade da Flórida trabalha com viveiristas para multiplicar as plantas, enquanto avança no processo de aprovação junto ao USDA, FDA e EPA. A expectativa é obter autorização para cultivo comercial e produção de suco em até dois anos.
Outras informações em doi.org/10.1111/pbi.70394
 
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