Mercado global de fertilizantes entra em nova contração
Rabobank prevê queda na demanda em 2025 e desaceleração mais acentuada em 2026, pressionada por preços altos
A guerra na Ucrânia agravou o desequilíbrio de nutrientes na agricultura do país e ameaça a sustentabilidade das lavouras de trigo, milho e girassol. Pesquisa aponta que, após a invasão russa em 2022, o uso de fertilizantes caiu até 54%, intensificando a retirada de nutrientes dos solos e provocando déficits inéditos de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K).
Entre 2000 e 2021, a Ucrânia aumentou significativamente o uso de N, com destaque para o girassol (18 vezes mais). Mesmo assim, os solos sofreram extração contínua de P e K.
A partir de 2022, os déficits de NPK superaram todos os anos anteriores. Em 2023, o país enfrentou os maiores desequilíbrios desde 1990, com aumento da eficiência de uso de nutrientes acima de 90%, indicador de esgotamento do solo.
A produção de esterco caiu após o colapso da pecuária nos anos 1990. Em 2021, apenas 10% do nitrogênio contido no esterco foi aproveitado. A perda econômica com o não uso de nutrientes orgânicos alcançou US$ 2,2 bilhões. A separação entre lavouras e criações contribuiu para esse desperdício.
Com base em cinco cenários para 2030, os autores recomendam a adoção imediata de um Plano Integrado de Manejo de Nutrientes, com reciclagem de esterco, uso de fertilizantes de liberação controlada e inclusão de leguminosas nas rotações.
O modelo mais eficiente pode reduzir em até 61% o uso de N sintético e elevar a eficiência de uso de nutrientes para até 89%, evitando perdas ambientais e mantendo a produtividade.
Outras informações em doi.org/10.1038/s43247-025-02826-9
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