Chuvas irregulares atrasam semeadura dos cultivos de verão
Boletim da Conab aponta precipitações abaixo da média em áreas agrícolas do Centro-Oeste e Sudeste
                                                                                     
                                                Florestas têm papel estratégico na segurança alimentar global ao fornecerem umidade para áreas agrícolas localizadas a centenas ou milhares de quilômetros de distância. Pesquisa revelou que o transporte atmosférico de umidade de florestas sustenta 18% da produção agrícola e 30% das exportações de grãos no mundo.
Segundo o estudo, 155 países dependem de florestas transfronteiriças para até 40% da precipitação anual sobre áreas agrícolas. Em 105 países, florestas dentro do próprio território reciclam até 18% da chuva. A pesquisa mapeou os fluxos de umidade de florestas para lavouras, associando-os aos fluxos comerciais de grãos.
Brasil e Argentina destacam-se como grandes produtores e exportadores que dependem fortemente das florestas para garantir a produtividade agrícola.
No Brasil, cerca de 9% da precipitação sobre áreas agrícolas vem da própria floresta nacional, o que representa 6% da produção e 9% da exportação agrícola global.
Já a Argentina recebe 14% da chuva de florestas localizadas principalmente no Brasil, contribuindo com 3% da produção e 6% da exportação mundial de grãos.
O estudo mostra que florestas tropicais, como a Amazônia, fornecem umidade em maior volume e por períodos mais prolongados, enquanto florestas extratropicais desempenham papel essencial durante estações de crescimento ou eventos extremos, como ondas de calor.
Os pesquisadores identificaram conexões indiretas entre países importadores e florestas de países exportadores.
Na América do Sul, o Brasil abastece com umidade lavouras no Paraguai, Uruguai e Argentina, que juntos fornecem 77% da importação de grãos do próprio Brasil.
Na Ásia Central, Rússia fornece parte da chuva que irriga lavouras no Cazaquistão, que por sua vez exporta grãos para o Quirguistão, Uzbequistão e Tajiquistão.
Outras informações em doi.org/10.1038/s44221-025-00518-4
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