RS Safra 2025/26: soja avança lentamente
Estiagem e dificuldades de crédito freiam plantio das culturas de verão
Os volumes de chuva registrados entre 1º e 30 de outubro foram irregulares e mal distribuídos em diversas regiões produtoras do país, o que tem atrasado a semeadura dos cultivos de verão, especialmente no Centro-Oeste. A avaliação faz parte do Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA) divulgado nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Segundo o levantamento, as chuvas ficaram abaixo da média histórica, com grandes diferenças entre regiões e até dentro dos mesmos estados. No Centro-Oeste, os maiores acumulados foram observados no sudoeste de Mato Grosso do Sul e em partes de Mato Grosso, enquanto Goiás e o norte sul-mato-grossense continuam com restrição hídrica.
A umidade no solo apresentou leve recuperação no final de outubro, o que tem favorecido o início do desenvolvimento da soja em áreas onde a semeadura conseguiu avançar.
No Sudeste, o cenário foi semelhante: as chuvas ocorreram com mais intensidade apenas no segundo decêndio do mês, ainda assim de forma irregular e mal distribuída.
Já o Nordeste registrou pouca ou nenhuma precipitação em grande parte do território. Na região do Matopiba (que abrange o Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste da Bahia e Tocantins), as chuvas foram insuficientes para repor a umidade do solo e garantir o avanço da semeadura nas lavouras de primeira safra sem irrigação.
Os maiores volumes se concentraram no centro-leste do Maranhão e em partes do Sealba (Sergipe, Alagoas e Nordeste da Bahia), sem prejuízo à colheita do milho 3ª safra, que segue em andamento.
No Norte, o comportamento das chuvas foi bastante variável. Rondônia, sudeste do Pará e região ocidental do Tocantins registraram chuvas irregulares e de baixo volume, enquanto o Amazonas e o oeste do Pará tiveram melhora nas condições de umidade, favorecendo o plantio da soja no sudoeste paraense.
O Sul do país foi a região com o melhor balanço hídrico no período. As chuvas intensas, intercaladas por períodos de tempo estável, favoreceram tanto os cultivos de inverno, ainda em estádios reprodutivos, quanto o avanço da semeadura das culturas de verão. No último decêndio de outubro, as janelas de tempo firme também beneficiaram a colheita das lavouras em maturação.
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