Brasil tem potencial para ser líder no café robusta

Segundo Rabobank, consumo crescente e regras da UE podem impulsionar a produção brasileira nos próximos anos

02.10.2025 | 14:28 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações de Vitória Cecília
Foto: Fernando Wagner Malavazi 
Foto: Fernando Wagner Malavazi 

O Rabobank Brasil divulgou um novo relatório sobre o mercado de café, elaborado por Guilherme Morya, analista setorial da commodity. O estudo indica que a demanda por café robusta vem ganhando força, sobretudo em mercados emergentes, impulsionada pelo consumo fora de casa e pelo crescimento de bebidas com perfil de sabor mais intenso.

Segundo o levantamento, a isenção do café solúvel no Regulamento da União Europeia sobre Produtos Livres de Desmatamento (EUDR) também tem favorecido o robusta, ampliando o espaço para formatos solúveis e apoiando a expectativa de expansão da produção nos próximos anos.

O Brasil, segundo o Rabobank, reúne condições para se consolidar como o principal player global nesse segmento. A estrutura logística do país, associada a sistemas robustos de rastreabilidade, facilita a adequação às exigências do EUDR. Além disso, de acordo com a Embrapa, o país conta com cerca de 28 milhões de hectares de pastagens degradadas com alto potencial agrícola, o que abre espaço para expansão da cafeicultura sem necessidade de novos desmatamentos.

Apesar das oportunidades, os custos de implementação do café robusta permanecem elevados. As mudanças climáticas também se configuram como um desafio adicional, já que o aumento das temperaturas e a redução da pluviosidade anual limitam a produtividade. Ainda assim, a variedade apresenta maior resiliência ao calor, à seca e a doenças em comparação ao arábica. Nesse cenário, a irrigação tem se tornado uma ferramenta estratégica para garantir tanto a produtividade quanto a qualidade das lavouras.

Para o Rabobank, em um mercado global cada vez mais afetado pela volatilidade climática, as características do robusta, combinadas à capacidade brasileira de produção em larga escala, podem posicionar o país como um fornecedor estável e confiável. Contudo, o caminho exigirá superar obstáculos ligados às condições climáticas instáveis, à volatilidade de preços, ao aumento dos custos de produção e às incertezas geopolíticas.

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