Bactérias intestinais podem revolucionar controle de Spodoptera frugiperda

Pesquisa revela papel crucial da microbiota intestinal na adaptação, reprodução e resistência a inseticidas

08.12.2025 | 07:23 (UTC -3)
Revista Cultivar

O controle da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) pode ganhar novo rumo com base em estudos sobre suas bactérias intestinais. Revisão científica detalha como a microbiota do inseto influencia sua adaptação, reprodução e resistência a pesticidas.

As bactérias intestinais do S. frugiperda, especialmente dos gêneros Enterococcus e Enterobacter, ajudam o inseto a digerir compostos tóxicos das plantas, sintetizar vitaminas e regular funções metabólicas. Esses microrganismos também aumentam a tolerância da praga a inseticidas como lufenuron e espinosade, além de contribuírem para sua reprodução e capacidade migratória.

O estudo destaca que a composição da microbiota varia conforme o alimento, o sexo, a fase de desenvolvimento, o ambiente e o uso de defensivos agrícolas. Larvas criadas com dieta artificial, por exemplo, apresentam diversidade microbiana maior do que aquelas alimentadas com folhas no campo.

Manipulação da microbiota

Pesquisadores chineses sugerem que a manipulação da microbiota pode se tornar um novo alvo no manejo da praga. Estratégias como a técnica do inseto incompatível (IIT), uso de microrganismos geneticamente modificados e aplicação de peptídeos antimicrobianos são apontadas como alternativas promissoras e sustentáveis.

doi.org/10.3390/insects16121237
doi.org/10.3390/insects16121237

A técnica IIT, baseada na introdução de bactérias que causam infertilidade em populações selvagens da praga, já foi testada com sucesso em mosquitos e pode ser adaptada para o S. frugiperda. Já a edição genética de bactérias intestinais visa eliminar genes que favorecem a sobrevivência da praga ou torná-la mais vulnerável a pesticidas.

Apesar do potencial, os autores alertam para os desafios técnicos, regulatórios e ecológicos que ainda impedem o uso em larga escala dessas tecnologias. Também recomendam estudos em condições de campo e desenvolvimento de dietas artificiais que permitam a criação de insetos sem microbiota para testes controlados.

Outras informações em doi.org/10.3390/insects16121237

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