RS Safra 2024/25: clima prejudica hortaliças no Estado
Chuvas e baixa luminosidade favorecem doenças e atrasam manejo de campo em várias culturas
O vazio sanitário do maracujazeiro em Santa Catarina já tem datas definidas para 2025. A medida, que chega à sexta edição consecutiva, prevê a eliminação total das plantas vivas de maracujá-azedo (Passiflora edulis) por um período mínimo de 30 dias, com início em julho. A proposta é frear a disseminação do vírus Cowpea aphid-borne mosaic virus (CABMV), causador do endurecimento dos frutos, principal doença da cultura no Brasil.
O calendário foi divulgado pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e segue o mesmo modelo adotado em 2024, com três janelas diferentes, de acordo com as regiões produtoras do Estado. Durante o período, a permanência de plantas vivas nos pomares está proibida.
A estratégia é considerada uma das principais formas de controle da virose, que compromete a qualidade da polpa e inviabiliza a comercialização da fruta. Segundo o gestor do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal da Cidasc, Alexandre Mees, a interrupção do ciclo do vírus garante um ambiente mais seguro para a próxima safra. “A eliminação das plantas reduz as fontes de inóculo disponíveis para os pulgões transmissores e prolonga a sanidade dos pomares, evitando prejuízos” explica.
Altamente destrutiva, a virose é transmitida principalmente por mudas infectadas, por pulgões e pelo uso de ferramentas de poda contaminadas. Sem controle, pode comprometer toda a produção de um pomar.
O endurecimento dos frutos é considerado o principal problema fitossanitário do maracujazeiro e já foi registrado em diversas regiões produtoras do país.
Durante o vazio, a Cidasc deve intensificar as ações de fiscalização e prestar orientação técnica aos produtores. Além da eliminação das plantas, é exigido que o plantio seja feito somente após o fim do período e com mudas produzidas em viveiros telados. O transporte de mudas de outros estados também requer autorização.
O calendário foi definido com base em dados das safras anteriores e contou com a participação de pesquisadores da Epagri, lideranças do setor produtivo e secretarias municipais de agricultura.
Produtores que tiverem dúvidas podem procurar os escritórios regionais da Cidasc.
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