UFSCar apresenta variedades de cana com foco sustentável

Novas cultivares da Ridesa combinam produtividade e menor impacto ambiental, fortalecendo o setor sucroenergético

24.10.2025 | 14:51 (UTC -3)
João Eduardo Justi, edição Revista Cultivar

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) promoveu nesta semana, em Ribeirão Preto (SP), o lançamento nacional de 18 novas variedades de cana-de-açúcar desenvolvidas por sete universidades federais que integram a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa Brasil).

Além das novas cultivares, o evento apresentou dados inéditos do Censo Varietal Nacional, que mostram que 54% da cana colhida na safra 2024/25 no Brasil é formada por variedades criadas pela Ridesa — consolidando a Rede como principal fonte de inovação genética para o setor sucroenergético.

Novas cultivares mais produtivas e resistentes

Com mais de três décadas de atuação e dez universidades federais associadas, a Ridesa já disponibilizou 116 variedades de cana aos produtores brasileiros. As novas cultivares lançadas se destacam por ganhos expressivos em produtividade, resistência a pragas e doenças, tolerância à seca e maior teor de sacarose, além da ampla adaptação a diferentes regiões produtoras.

Entre os lançamentos, o destaque é a RB075322, desenvolvida pela UFSCar, reconhecida por sua alta rusticidade, produtividade e longevidade, já presente em importantes polos canavieiros de São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Pesquisa pública a serviço do setor sucroenergético

Durante a cerimônia, participaram o presidente da Ridesa e reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo; o coordenador-geral da Ridesa e professor da UFSCar, Hermann Paulo Hoffmann; a reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira; e o presidente da Finep, Luiz Antonio Elias.

O professor Hermann Hoffmann destacou o papel estratégico da parceria entre as universidades e o setor produtivo. “A Ridesa é o maior programa de parceria público-privada do mundo voltado a uma cultura agrícola. Hoje, estamos respondendo ao setor sucroenergético com entrega de produtividade. O objetivo é posicionar o etanol de cana com um custo mais competitivo no mercado”, afirmou.

A reitora Ana Beatriz de Oliveira ressaltou o impacto científico e econômico da Rede. “O desenvolvimento dessas variedades movimenta o setor, gera desenvolvimento econômico, contribui para a produção de energia limpa e forma profissionais altamente qualificados. A UFSCar sente imenso orgulho em integrar um grupo de pesquisa de tamanha relevância nacional”, celebrou.

Bioenergia e baixo carbono em pauta

A programação do evento incluiu mesas-redondas sobre políticas públicas de bioenergia e sustentabilidade, reforçando o papel estratégico das universidades públicas na liderança da transição para uma economia de baixo carbono e na competitividade do etanol brasileiro frente a outros biocombustíveis globais.

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