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A resistência de espécies de Alternaria a fungicidas do grupo dos inibidores da desmetilação do esterol (DMI) compromete o controle da mancha-marrom da tangerina em pomares do Paraná. Pesquisa conduzida com isolados coletados entre 2020 e 2023 mostra redução acentuada da sensibilidade ao tebuconazol e associação direta da resistência com a superexpressão do gene CYP51, alvo desses produtos.
O trabalho avaliou 54 isolados de Alternaria alternata, A. longipes e A. arborescens provenientes de áreas comerciais do estado. Os resultados indicam ampla variação de sensibilidade aos DMIs. O tebuconazol apresentou os maiores valores de EC50, com médias acima de 17 µg/mL em isolados resistentes e casos superiores a 190 µg/mL. Já o difenoconazol e o mefentrifluconazol mantiveram maior atividade in vitro, com EC50 geralmente inferiores a 1 µg/mL.
A análise revelou resistência cruzada entre os três DMIs avaliados. Correlações positivas e significativas indicam que a perda de sensibilidade a um fungicida tende a refletir nos demais do mesmo grupo. Em nível molecular, isolados resistentes ao tebuconazol exibiram forte indução da expressão do gene CYP51, enquanto isolados sensíveis mantiveram níveis baixos mesmo após exposição ao produto.
Ensaios em folhas destacadas de ‘Murcott’ confirmaram o impacto prático da resistência. O tebuconazol reduziu a severidade da doença apenas em isolados sensíveis. Em isolados resistentes, o fungicida não controlou a mancha-marrom, com desempenho semelhante ao tratamento sem aplicação.
Segundo os autores, os dados indicam risco para a sustentabilidade do uso do tebuconazol no manejo da doença. O estudo aponta difenoconazol e mefentrifluconazol como opções mais eficientes no cenário atual e reforça a necessidade de estratégias de manejo de resistência, com rotação de modos de ação e uso criterioso de fungicidas nos pomares de tangerina do Brasil.
O estudo foi realizado por Thiago de Aguiar Carraro, Yong Luo, Boris X. Camiletti, Themis J. Michailides, Victor Gabri, Geraldo José Silva-Junior, Lilian Amorime e Louise Larissa May De Mioa.
Outras informações em doi.org/10.1002/ps.70487
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