Embrapa lança cultivares de soja para o Centro-Oeste
Os novos materiais foram desenvolvidos por meio de parceria entre Embrapa e Fundação Meridional
O sistema alimentar global está enfrentando um período de profundas transformações. A desaceleração no crescimento da demanda por alimentos e a estagnação na produção agrícola são apenas alguns dos desafios que os agentes da cadeia de valor precisarão enfrentar nas próximas décadas. A análise consta em estudo do Rabobank.
Estudos apontam que a crescente volatilidade no mercado alimentar não é apenas uma questão de oferta e demanda, mas também o reflexo de um modelo econômico global que se aproxima do seu limite. É o que dizem os analistas da instituição.
A redução da capacidade de expansão das áreas agrícolas e a crescente escassez de recursos naturais são fatores que dificultam o aumento da produção. Ao mesmo tempo, as políticas de sustentabilidade se tornam mais rigorosas, forçando empresas e governos a reavaliar seus compromissos.
O crescimento populacional e o aumento da renda continuam a ser os principais motores da demanda por alimentos. No entanto, os padrões de crescimento não são mais homogêneos.
Enquanto regiões como África e Oriente Médio continuam a registrar altas taxas de crescimento populacional, países como China, Japão e os da Europa experimentam quedas significativas.
Além disso, a busca por dietas mais equilibradas em regiões mais ricas também está moldando as preferências alimentares, com um foco crescente em alimentos de qualidade em vez de volume.
Nos últimos anos, o aumento da produtividade agrícola tem se mostrado cada vez mais difícil de alcançar. A utilização de fertilizantes sintéticos, sementes melhoradas e maquinaria avançada, que por décadas impulsionaram os ganhos de produção, está mostrando resultados decrescentes, aponta o relatório do Rabobank.
Em contrapartida, tecnologias emergentes, como a aquicultura e a fermentação de precisão, têm se destacado como alternativas promissoras. A aquicultura, por exemplo, tem mostrado um crescimento expressivo na produção de proteínas animais, e espera-se que continue a ser uma solução eficiente frente à limitação de terras e recursos.
Nos últimos anos, a política comercial global tem sido marcada por um aumento nas restrições, com países buscando maior autonomia estratégica. A ascensão do "grand macro strategy", com políticas econômicas focadas na independência nacional, tem resultado em uma crescente incerteza sobre o futuro das cadeias de suprimento.
Países da América do Sul, por exemplo, passaram a ser os maiores exportadores líquidos de produtos agrícolas, enquanto a China se tornou o maior importador mundial. A continuidade da guerra comercial e a imposição de tarifas estão complicando ainda mais as transações globais.
Nos últimos 20 anos, o mercado de alimentos se tornou cíclico, alternando entre períodos de escassez e abundância, afetados por fatores como mudanças climáticas, crises geopolíticas e o próprio sistema de comércio global.
As empresas enfrentam o dilema de garantir o fornecimento de produtos por meio de contratos de longo prazo, quando há escassez, ou buscar flexibilidade em mercados volúveis, quando a oferta é mais abundante.
Esse cenário gera margens mais altas para os processadores de alimentos, que precisam lidar com a volatilidade nos preços das matérias-primas.
As questões de sustentabilidade se tornaram centrais no debate sobre o futuro do setor agrícola. Em regiões de alta renda, como a União Europeia, empresas e governos estão sendo pressionados a reduzir as emissões de carbono e adotar práticas mais ecológicas.
No entanto, a implementação de políticas de sustentabilidade tem mostrado resultados diversos. As metas voluntárias de sustentabilidade estabelecidas por grandes empresas estão sendo progressivamente ajustadas, com algumas até abandonando compromissos devido à pressão pública e às dificuldades econômicas.
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