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Pesquisadores brasileiros e norte-americanos descobriram que o composto α-copaeno, presente no óleo de copaíba, demonstra eficácia para repelir o psilídeo-dos-citros (Diaphorina citri) (na foto), inseto transmissor da bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus.
Os ensaios revelaram que o α-copaeno age em doses cem vezes menores que o β-cariofileno, substância até então considerada o principal repelente natural do vetor.
A observação de produtores no Vietnã deu origem à linha de pesquisa. Notou-se que o plantio intercalado de goiabeiras e tangerineiras reduzia a população do inseto e a incidência do greening. Estudos posteriores identificaram o β-cariofileno como composto volátil responsável pelo efeito repelente.
Pesquisadores do Fundecitrus e da Universidade da Califórnia introduziram o gene responsável pela produção do β-cariofileno em plantas do tipo Arabidopsis thaliana. Além de repelirem o psilídeo, essas plantas emitiram também α-copaeno e α-humuleno.
A análise dos efeitos isolados de cada composto revelou que o α-copaeno, mesmo em concentrações mínimas, afastava o psilídeo com eficiência superior.
Para simular condições naturais, os cientistas criaram um difusor dinâmico. O dispositivo libera os compostos aromáticos em proporções constantes, semelhantes às de plantas reais. O α-copaeno apresentou atividade repelente significativa em doses entre 0,9 e 2,1 nanogramas por microlitro.
A mistura de α-copaeno e β-cariofileno não aumentou o efeito repelente, indicando que os compostos atuam de forma independente. O α-humuleno, por sua vez, mostrou-se neutro no processo.
Testes com óleo comercial de copaíba confirmaram a presença dos três sesquiterpenos — β-cariofileno, α-copaeno e α-humuleno — em proporções semelhantes às das plantas transgênicas. Quando diluído corretamente, o óleo também afastou os psilídeos em ensaios laboratoriais.
A viabilidade econômica do óleo de copaíba e sua composição química compatível com os compostos estudados indicam potencial para o desenvolvimento de repelentes naturais de longa duração.
O estudo integra-se à abordagem chamada “push-pull and kill” (repele-atrai-mata). A proposta envolve usar plantas repelentes ao redor da lavoura, enquanto plantas atrativas, como o curry, funcionam como armadilhas. Essas plantas atraem o psilídeo, que será eliminado com métodos em desenvolvimento.
A murta, embora também atraente para o inseto, transmite a bactéria em apenas 1% dos casos. Já o curry não permite a infecção. A combinação entre plantas repelentes e atrativas, aliada ao controle físico ou químico nos pontos de atração, compõe uma possível solução de longo prazo para reduzir a população do vetor.
Com base nos resultados, os cientistas propõem a aplicação prática do α-copaeno em difusores agrícolas, bem como o uso do óleo de copaíba em formulações comerciais.
Além disso, o desenvolvimento de variedades cítricas geneticamente modificadas para produção endógena de α-copaeno poderá integrar futuras políticas de manejo integrado de pragas.
O Fundecitrus e parceiros já avaliam como tornar o curry letal ao psilídeo e avançam em estudos com plantas transgênicas de laranja.
Mais informações em doi.org/10.1038/s41598-025-86369-1
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