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O ácaro predador Neoseiulus californicus apresentou desempenho eficaz contra duas pragas críticas do morangueiro: o ácaro-rajado (Tetranychus urticae) e o tripes Scirtothrips dorsalis. A constatação vem de estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Flórida e da Universidad EARTH.
O trabalho avaliou a capacidade predatória de N. californicus em laboratório, em experimentos com e sem opção de escolha entre diferentes presas. O predador consumiu larvas de tripes e todos os estágios do ácaro-rajado, indicando versatilidade.
Essa característica pode permitir seu uso como solução única no controle biológico dessas duas pragas, o que reduziria custos e riscos operacionais associados ao uso combinado de duas espécies predadoras.
No estado da Flórida, morangos enfrentam ataques simultâneos de T. urticae e S. dorsalis. Ambas as pragas provocam prejuízos significativos à produção. O controle químico tem eficácia limitada, devido à resistência desenvolvida pelos insetos a inseticidas comuns. Como alternativa, produtores recorrem a inimigos naturais.
Atualmente, o controle biológico envolve o uso de duas espécies distintas: Phytoseiulus persimilis, especialista no controle de T. urticae, e Amblyseius swirskii, eficaz contra S. dorsalis.
No entanto, essa combinação apresenta dois problemas: custos elevados e risco de predação entre espécies. A. swirskii pode se alimentar de P. persimilis, prejudicando o controle do ácaro-rajado.
O estudo testou N. californicus com presas isoladas e combinadas. Nos testes sem escolha, o predador consumiu principalmente ovos de T. urticae, mas também ingeriu larvas de S. dorsalis e formas jovens do ácaro-rajado. Nos testes com todas as presas disponíveis, o consumo se concentrou em presas móveis: larvas de tripes, ninfas e adultos de T. urticae. Ovos foram menos consumidos.
Esse comportamento reforça a capacidade generalista do ácaro predador, com preferência adaptável ao tipo de presa. O padrão observado está alinhado à teoria do forrageamento ótimo, segundo a qual o predador escolhe presas com maior retorno energético e menor tempo de manipulação.
A utilização de uma única espécie predadora pode representar vantagem econômica. Reduz a necessidade de manejo diferenciado para múltiplos inimigos naturais e evita interações negativas entre eles. Para o produtor, isso significa menos custos com aquisição, aplicação e monitoramento de predadores.
Além disso, N. californicus já é conhecido por sua resistência a diferentes condições ambientais e por alimentar-se também de pólen, o que facilita sua manutenção em campo. Esses atributos o tornam um candidato promissor para programas de controle biológico em ambientes abertos e estufas.
Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores alertam para a necessidade de mais estudos. Experimentos em campo e análises da resposta funcional e populacional de N. californicus frente à presença simultânea de S. dorsalis e T. urticae são essenciais.
Outras informações em doi.org/10.3390/insects16111077
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