Exportações do agro gaúcho caem no 2º trimestre de 2025
Na comparação com o mesmo período de 2024, houve retração de 14,3%
A safra americana de soja caminha para a reta final com projeções abaixo do esperado. O USDA indica que 97% das lavouras estão em formação de vagens e enchimento de grãos. A qualidade caiu para 64% de lavouras boas ou excelentes, ante 65% na semana anterior. A estimativa de produção caiu para 116 milhões de toneladas, abaixo das 118,8 milhões da safra passada.
O cenário global muda. A safra anterior teve excedente de quase 10 milhões de toneladas. Agora, há risco de consumo superar a produção global.
No Brasil, a comercialização da soja chega a 72,8% da safra, abaixo da média histórica de 77%. A nova safra também avança lentamente, com apenas 18,5% negociada. No Mato Grosso, maior produtor, o índice é de 23%, frente a média de 36%.
As exportações seguem fortes. Em setembro, já foram embarcadas 1,6 milhão de toneladas. No acumulado do ano, 87,6 milhões de toneladas de soja em grão saíram do país. O complexo soja (grão, farelo e óleo) já soma 106,2 milhões de toneladas exportadas. A receita da primeira semana de setembro foi de US$ 682 milhões, cerca de R$ 5,7 bilhões.
Nos EUA, a colheita do milho começou, com 4% das lavouras já colhidas. A estimativa de produção aponta para 420 milhões de toneladas. No Brasil, a safrinha está praticamente encerrada, com 110 milhões de toneladas projetadas. Cerca de 60 milhões ainda estão nas mãos dos produtores.
A primeira safra de milho está 35% plantada. No Rio Grande do Sul, o índice é de 45%. A área cultivada deve encolher menos que o previsto. A exportação de milho soma 15,8 milhões de toneladas até setembro. A receita da primeira semana do mês foi de US$ 258,7 milhões.
O mercado internacional do trigo segue pressionado pela colheita no hemisfério norte, com oferta elevada. No Brasil, a colheita avança com boa qualidade. A produção pode atingir 6 milhões de toneladas, mesmo com redução de área.
As exportações brasileiras somam 1,56 milhão de toneladas no ano, contra 2,48 milhões no mesmo período de 2024. As importações seguem firmes, com 4,8 milhões de toneladas até setembro. Os preços no mercado interno variam de R$ 1.270 a R$ 1.420 por tonelada.
O algodão americano está 97% em formação de maçãs. A colheita atinge 8%. No Brasil, o produto lidera as exportações globais, com forte demanda da Índia. A qualidade das lavouras americanas melhorou, mas o país perde espaço para o Brasil no mercado internacional.
O sorgo americano está com 97% das lavouras em formação de cacho. A safra avança com boas condições. A projeção nos EUA é de 10,6 milhões de toneladas. No Brasil, a colheita chega a 90%, com produção recorde estimada acima de 6 milhões de toneladas.
O arroz enfrenta um mercado fragilizado. O preço caiu nas principais regiões produtoras. O excesso de oferta da safra passada, superior a 12,3 milhões de toneladas, pressiona o mercado. O plantio avança no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. A exportação de arroz em casca soma 401,7 mil toneladas no ano. O beneficiado atinge 424 mil. As importações seguem elevadas, com 721 mil toneladas até setembro.
O feijão carioca inicia a colheita da terceira safra, com 85% já colhida. O produtor segura o produto, o que sustenta os preços. As cotações variam entre R$ 185 e R$ 240. O mercado do feijão preto começa a se recuperar. A exportação segue em ritmo recorde. Entre setembro de 2024 e agosto de 2025, o país embarcou 460 mil toneladas.
Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting
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