União eleva dívida pública em junho
Com baixo volume de resgates e dólar em queda, estoque da dívida externa recua e prazo médio encurta
O mercado internacional da soja segue atento às negociações comerciais entre Estados Unidos e parceiros estratégicos. Acordos com União Europeia, Vietnã e Japão avançam. Conversas com a China seguem lentas, o que reduz o ritmo das compras chinesas de soja americana.
No Brasil, as exportações seguem firmes. O acumulado de julho já passa de 10,5 milhões de toneladas, perto do recorde de 11,2 milhões registrado no mesmo mês de 2024. De janeiro até agora, o país embarcou 75,5 milhões de toneladas, superando o total do ano passado. O complexo soja (grão, farelo e óleo) já gerou US$ 5,1 bilhões em divisas em julho.
O uso de B15 no biodiesel, vigente a partir de 1º de agosto, deve elevar o consumo interno de óleo de soja em cerca de 300 mil toneladas no segundo semestre.
Nos Estados Unidos, a safra de soja mantém bom desempenho. Segundo o USDA, 76% das lavouras estão em florescimento e 41% na formação de vagens. A qualidade melhorou: 70% das lavouras estão boas ou excelentes, ante 67% no mesmo período de 2024. A estimativa de produção segue entre 117,5 e 118 milhões de toneladas.
A comercialização no Brasil já alcança 116,5 milhões de toneladas, 68,5% da safra. A soja é negociada entre R$ 140 e R$ 144 por saca nos portos. A safra 2024/25 pode atingir 170 milhões de toneladas, com aumento de área plantada, que pode ultrapassar 50 milhões de hectares. A soja avança sobre áreas de milho, arroz e feijão no Sul e Sudeste.
No milho, os EUA têm 76% das lavouras em florescimento e 26% com espigas formadas. A qualidade está em 73% boa ou excelente. A produção pode ultrapassar 400 milhões de toneladas.
No Brasil, as exportações cresceram: 1,52 milhão de toneladas em julho. A colheita da safrinha atinge 80% das lavouras, com destaque para Mato Grosso (90%). A produção deve ficar em 110 milhões de toneladas. A comercialização ainda está abaixo da média: 48% da safrinha vendida, sendo 60% no Mato Grosso.
O sorgo também registra safra recorde. A colheita ultrapassa 70% nos estados centrais. A produtividade elevada pode levar a produção a 6 milhões de toneladas. A China, maior importadora global, pode abrir mercado ao sorgo brasileiro.
Nos EUA, 39% das lavouras de sorgo formam cachos. A qualidade recuou para 56% boa ou excelente.
O algodão americano mostra queda de qualidade, com 55% das lavouras em boas condições. No Brasil, a colheita avança em Mato Grosso, Goiás e Bahia.
O trigo dos EUA enfrenta dificuldades. A qualidade da safra de primavera está em 50%. A Rússia controla exportações, pressionando cotações. No Brasil, importações somam 512 mil toneladas em julho. O mercado interno apresenta queda nos preços. Trigo do Paraná abaixo de R$ 1.500, no Rio Grande do Sul, abaixo de R$ 1.300.
O arroz apresenta recuperação de preços. No Rio Grande do Sul, o arroz nobre varia entre R$ 72 e R$ 76. No varejo, pacotes são vendidos entre R$ 16 e R$ 18. A exportação ganhou ritmo: 91,7 mil toneladas de arroz em casca e 63,4 mil toneladas de beneficiado já embarcadas em julho.
Produtores de Goiás, Tocantins, Mato Grosso e outras regiões centrais seguram o produto, aguardando melhores preços. No Mercosul, Paraguai, Argentina e Uruguai indicam redução de área plantada para a próxima temporada.
O feijão também mostra sinais de firmeza. A colheita da segunda safra está quase concluída. O produtor segura o produto em câmara fria. O feijão carioca nobre é negociado entre R$ 200 e R$ 240. Produtor quer acima de R$ 250.
O feijão preto, com muita oferta ainda nas mãos de produtores do Paraná, varia de R$ 125 a R$ 140. A expectativa é de alta em agosto, com fim da colheita e menor disponibilidade no mercado.
Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting
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