Mercado Agrícola - 26.nov.2025

Soja brasileira bate recorde de exportação em novembro

26.11.2025 | 15:11 (UTC -3)
Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting

As exportações brasileiras de soja alcançaram novo recorde histórico em novembro. Segundo dados da Secex, já foram embarcadas 104 milhões de toneladas no acumulado do ano, superando as 95,7 milhões registradas no mesmo período de 2024. Apenas nas três primeiras semanas de novembro, os embarques somaram 3,36 milhões de toneladas, acima dos 2,55 milhões registrados no ano anterior.

A soma do complexo soja – grão, farelo e óleo – também bateu recorde, com 127,8 milhões de toneladas exportadas. O faturamento acumulado do mês já chega a 2 bilhões de dólares, equivalente a cerca de 11 bilhões de reais, mesmo faltando uma semana para o fechamento do mês.

Nos Estados Unidos, a colheita da safra 2025 terminou. Ainda não há consenso sobre o volume final. As estimativas variam de 112 a 116 milhões de toneladas, abaixo das 119,1 milhões colhidas em 2024.

No Brasil, o plantio da nova safra de soja avançou para 80%, abaixo dos 90% de 2024 e dos 85% da média. A comercialização também mostra lentidão. Já foram negociadas 138 milhões de toneladas de uma produção estimada em 171,5 milhões. Isso representa 80,5% da safra, ante média histórica de 85%.

O milho safrinha também enfrenta atraso na comercialização. Apenas 72,4% da produção foi negociada, ante média de 80% para o período. A primeira safra ainda tem 6 milhões de toneladas nas mãos dos produtores. A indústria compra o mínimo necessário e aguarda janeiro, devido ao custo elevado do crédito.

O trigo entra na reta final da colheita no Sul do país. O Paraná já concluiu a colheita. O Rio Grande do Sul alcançou 80% da área. Os moinhos relatam dificuldades para formar estoques, afetados pelos juros elevados e necessidade de comprar à vista e vender a prazo.

A safra argentina de trigo surpreende. Projeções apontam entre 24 e 26 milhões de toneladas, parte delas com destino ao Brasil. A produção brasileira deve fechar entre 7 e 7,5 milhões de toneladas, com qualidade elevada.

O arroz segue com preços baixos e demanda fraca. O mercado está entre R$ 50 e R$ 70 por saca, sem grandes variações. A indústria adia compras para janeiro. As exportações de arroz em casca cresceram, com 569,1 mil toneladas embarcadas até novembro, frente a 322 mil em 2024. Já o arroz beneficiado recuou: 547,4 mil toneladas, ante 628 mil do ano anterior.

O plantio da nova safra de arroz supera 90% no Rio Grande do Sul. Paraguai, Argentina e Uruguai registram atrasos e redução de área. A safra 2026 deverá ser menor, o que pode melhorar os preços.

O feijão enfrenta dificuldades. A primeira safra deve ficar abaixo de 800 mil toneladas, segundo estimativas do setor, bem distante da previsão oficial da Conab, de até 1 milhão de toneladas. Fatores como frio, baixa cotação e menor área cultivada impactaram o desempenho. O mercado continua parado, com feijão carioca entre R$ 190 e R$ 245, e feijão preto de R$ 125 a R$ 135 por saca.

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