Mercado Agrícola - 22.ago.2025

Exportações aquecem mercado de soja e milho; safra americana mantém ritmo normal

22.08.2025 | 10:02 (UTC -3)
Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting

As lavouras americanas de soja seguem dentro da normalidade. O florescimento alcançou 98%, formação de vagens chegou a 87%, e 2% já se encontram em maturação. Cerca de 67% das áreas são avaliadas como boas ou excelentes. Produtores locais relatam que a safra não deverá atingir os 116,8 milhões de toneladas estimados. Alguns indicativos apontam para 116,5 milhões. No ciclo anterior, a colheita somou 118,8 milhões, com área plantada superior.

A soja brasileira ganha fôlego com exportações em alta. Em agosto, já foram embarcadas mais de 6 milhões de toneladas. A expectativa é superar os 10 milhões até o fim do mês. No mesmo período de 2024, os embarques somaram 8 milhões. Cotações internas atingiram os melhores níveis do ano, tanto no balcão quanto nos portos, e os negócios ultrapassam 122 milhões de toneladas. Restam menos de 48 milhões para comercialização.

A safra nova avança lentamente. Apenas 18% foram negociados em nível nacional, com cerca de 25% no Mato Grosso. O produtor prioriza a venda da safra velha para garantir insumos da próxima plantação. O clima nos Estados Unidos segue normal para o período, com lavouras entrando em fase de maturação.

Situação do milho

O milho americano mostra evolução rápida. Cerca de 80% das lavouras formam espigas, 35% já estão na fase de formação de grãos e de 5% a 6% em maturação. O percentual de lavouras boas ou excelentes ultrapassa 70%. O milho brasileiro também tem destaque nas exportações. Embarques de agosto já somam 4,5 milhões de toneladas. Há projeções de números superiores a 6 milhões de toneladas registrados no mesmo mês de 2024. No mercado interno, os negócios ainda são pontuais.

Situação do trigo

No trigo, os preços em Chicago mantêm suporte acima dos US$ 5 por bushel. A Rússia, principal exportadora, reduziu colheita e exportações. Em 2024, o país colheu 92 milhões de toneladas e exportou 55 milhões. Neste ano, a estimativa de colheita caiu para 82 a 83 milhões, com previsão de exportar até 14 milhões a menos. O governo russo deve controlar os embarques.

Nos Estados Unidos, 97% do trigo de inverno já foi colhido. A colheita do trigo de primavera passa de 40%, mas a qualidade caiu de 70% para 50% das lavouras avaliadas como boas ou excelentes. No Brasil, a safra tem qualidade, mas a área foi reduzida em até 25%. O mercado interno permanece lento.

Situação do algodão

O algodão americano está com 83% a 85% das lavouras em formação de maçãs. Cerca de 55% apresentam qualidade boa ou excelente, abaixo da média. No Brasil, a colheita avança rapidamente. Grande parte do algodão já está enlonada. O mercado, no entanto, mostra estabilidade, com poucos negócios e cotações sem grandes variações. A alta do dólar exerce leve pressão positiva.

Situação do arroz

O arroz mantém o mercado calmo. Produtores do Rio Grande do Sul relatam quedas nos preços. A indústria enfrenta prejuízos, e o varejo opera com margens apertadas. O pacote de arroz em promoção varia entre R$ 15 e R$ 17. A expectativa recai sobre a nova área plantada, que pode encolher entre 120 mil e 200 mil hectares. Exportações e demanda interna são vistas como alternativas para escoar a produção.

Situação do feijão

O feijão carioca da terceira safra entra em colheita. A oferta reduzida começa a refletir nas cotações. Os preços variam de R$ 210 a R$ 250. O feijão preto, já colhido, apresenta indicativos nominais entre R$ 115 e R$ 150. A primeira safra terá queda de área plantada, o que deve impulsionar os preços entre novembro e janeiro. O mercado segue calmo, com leves reações.

Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting

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