RS Safra 2024/25: clima impulsiona culturas de inverno
Trigo, aveia, canola e cevada apresentam desenvolvimento satisfatório, com expectativa de bom rendimento no Estado
As lavouras americanas de soja seguem dentro da normalidade. O florescimento alcançou 98%, formação de vagens chegou a 87%, e 2% já se encontram em maturação. Cerca de 67% das áreas são avaliadas como boas ou excelentes. Produtores locais relatam que a safra não deverá atingir os 116,8 milhões de toneladas estimados. Alguns indicativos apontam para 116,5 milhões. No ciclo anterior, a colheita somou 118,8 milhões, com área plantada superior.
A soja brasileira ganha fôlego com exportações em alta. Em agosto, já foram embarcadas mais de 6 milhões de toneladas. A expectativa é superar os 10 milhões até o fim do mês. No mesmo período de 2024, os embarques somaram 8 milhões. Cotações internas atingiram os melhores níveis do ano, tanto no balcão quanto nos portos, e os negócios ultrapassam 122 milhões de toneladas. Restam menos de 48 milhões para comercialização.
A safra nova avança lentamente. Apenas 18% foram negociados em nível nacional, com cerca de 25% no Mato Grosso. O produtor prioriza a venda da safra velha para garantir insumos da próxima plantação. O clima nos Estados Unidos segue normal para o período, com lavouras entrando em fase de maturação.
O milho americano mostra evolução rápida. Cerca de 80% das lavouras formam espigas, 35% já estão na fase de formação de grãos e de 5% a 6% em maturação. O percentual de lavouras boas ou excelentes ultrapassa 70%. O milho brasileiro também tem destaque nas exportações. Embarques de agosto já somam 4,5 milhões de toneladas. Há projeções de números superiores a 6 milhões de toneladas registrados no mesmo mês de 2024. No mercado interno, os negócios ainda são pontuais.
No trigo, os preços em Chicago mantêm suporte acima dos US$ 5 por bushel. A Rússia, principal exportadora, reduziu colheita e exportações. Em 2024, o país colheu 92 milhões de toneladas e exportou 55 milhões. Neste ano, a estimativa de colheita caiu para 82 a 83 milhões, com previsão de exportar até 14 milhões a menos. O governo russo deve controlar os embarques.
Nos Estados Unidos, 97% do trigo de inverno já foi colhido. A colheita do trigo de primavera passa de 40%, mas a qualidade caiu de 70% para 50% das lavouras avaliadas como boas ou excelentes. No Brasil, a safra tem qualidade, mas a área foi reduzida em até 25%. O mercado interno permanece lento.
O algodão americano está com 83% a 85% das lavouras em formação de maçãs. Cerca de 55% apresentam qualidade boa ou excelente, abaixo da média. No Brasil, a colheita avança rapidamente. Grande parte do algodão já está enlonada. O mercado, no entanto, mostra estabilidade, com poucos negócios e cotações sem grandes variações. A alta do dólar exerce leve pressão positiva.
O arroz mantém o mercado calmo. Produtores do Rio Grande do Sul relatam quedas nos preços. A indústria enfrenta prejuízos, e o varejo opera com margens apertadas. O pacote de arroz em promoção varia entre R$ 15 e R$ 17. A expectativa recai sobre a nova área plantada, que pode encolher entre 120 mil e 200 mil hectares. Exportações e demanda interna são vistas como alternativas para escoar a produção.
O feijão carioca da terceira safra entra em colheita. A oferta reduzida começa a refletir nas cotações. Os preços variam de R$ 210 a R$ 250. O feijão preto, já colhido, apresenta indicativos nominais entre R$ 115 e R$ 150. A primeira safra terá queda de área plantada, o que deve impulsionar os preços entre novembro e janeiro. O mercado segue calmo, com leves reações.
Por Vlamir Brandalizze - @brandalizzeconsulting
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