Inmet: previsão do tempo entre os dias 23 e 26 de dezembro

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê, entre os dias 23 e 26 de dezembro, um cenário de contrastes no tempo em diferentes regiões do país, com chuvas intensas e risco de tempestades no Sul, especialmente no Rio Grande do Sul, e volumes elevados no Norte e no Centro-Oeste, enquanto Nordeste e Sudeste devem enfrentar predomínio de tempo seco, altas temperaturas e baixa umidade do ar.

Nesta semana o evento marcante para as chuvas no Brasil consiste na passagem de sistemas transientes no Sul, gerando ocorrência de tempestades e elevando os acumulados na faixa oeste e central do RS, potencialmente superando os 200mm em 7 dias, e a confluência de umidade orientada no Centro-Norte, favorecendo chuvas volumosas no Amazonas (AM), Pará (PA), norte do Amapá (AP), Mato Grosso (MT), oeste de Tocantins (TO), e alguns pontos do Maranhão (MA) e Piauí (PI).

Na Região Norte, áreas de instabilidade com maiores volumes de chuva deverão se concentrar no sul e leste do Amazonas, devido à disponibilidade de calor, umidade e favorecimento da circulação local, nordeste do Amapá (devido à proximidade da ZCIT) com acumulados entre 80-100 mm em 7 dias, e algumas áreas congruentes à região de confluência de umidade com acumulados entre 80-150mm em 7 dias, que respondem a princípio à uma área central do AM, região de encontro entre AM-MT-PA, norte do MT e sudoeste do Pará. As demais áreas encontram uma distribuição maior de chuvas, de baixos volumes, com acumulados em 7 dias em torno de 20-50 mm. 

No sul do Amapá, norte do Pará, e Roraima não deve chover a maior parte da semana, ou apenas haverá possíveis chuvas rápidas localizadas, sem grandes contribuições para acumulados de chuva. Em linhas gerais, chove especialmente no Amazonas (quadrante sudeste), Pará (quadrante sudoeste), e norte do Amapá. Já a umidade relativa do ar mínima, de maneira geral, seguirá com índices elevados na maior área da Região Norte (igual ou acima de 60%) à exceção do norte do Pará e Roraima, onde poderá atingir níveis menores, em torno dos 40-50% ao longo da semana, em função da carência de chuvas e de alimentação de umidade para atmosfera destas regiões.

Em praticamente toda a Região Nordeste a previsão é de ausência de chuvas nesta semana, exceto no Maranhão e Piauí, e centro-sul da Bahia. As chuvas na Bahia devem ocorrer sob a forma de pancadas de chuva isoladas ou chuva mais estratiforme, ocorrendo com baixos acumulados. Também são esperados índices de umidade relativa do ar relativamente mais baixos que da área chuvosa do país nesta semana, principalmente na região de encontro do Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, onde os valores ficarão em torno de 15-30%, pontualmente podendo ficar abaixo de 15% na região entre interior da Paraíba e Ceará.

Na Região Centro-Oeste, espera-se chuvas volumosas no Mato Grosso, principalmente no norte do estado, nas regiões de fronteira com Amazônia e Pará (100 mm) pontualmente podendo superar os 100mm em 7 dias de acumulados, e na região oeste de Goiás. Tais chuvas devem ocorrer com maior potencial nos três primeiros dias da semana, em função da presença de calor, umidade e favorecimento da circulação na região central do Brasil. 

Nas demais regiões do MT e GO os volumes de chuva ficam entre 20-50 mm em 7 dias. Já  no MS o cenário ficará mais seco, sem ocorrência de chuvas nesta semana. Destaca-se, também, a previsão de umidade relativa mínima em torno de 70%-85%, em função das chuvas, e valores mais baixos 30-50% no Mato Grosso do Sul e quadrante sudeste de Goiás, incluindo o DF, área que deve encontrar menor suprimento de umidade pela ausência de chuvas expressivas.

Para a Região Sudeste, a previsão indica um cenário seco, com ausência de chuvas expressivas (exceto pancadas isoladas devido favorecimento e atividade local de menor escala). Há configuração de uma alta anômala em níveis médios e altos próxima ao Sul e Sudeste do Brasil, que tendem a suprimir a formação de atividade convectiva ou com grande desenvolvimento vertical, além de dificultar o avanço meridional de frentes frias e demais sistemas transientes vindos de latitudes mais altas. Tal padrão levará tanto ao cenário mais seco quanto de elevação das temperaturas na região Sudeste. Por isso, espera-se menores índices de umidade relativa do ar de 30-45% em praticamente toda a semana, apenas com o extremo norte do ES com índices acima de 50% nos primeiros dias da semana.

Para a Região Sul, há previsão de chuvas intensas durante toda a semana devido à recorrência de formação de áreas de Baixas Pressões à oeste da região Sul, que tendem a se instabilizar e deslocar pela região, levando à ocorrência de sistemas precipitantes, evoluindo para condições de tempo severo, nesses casos, com ocorrência de raios, rajadas, trovoadas e queda de granizo. Destaca-se grandes volumes de chuva no RS, no quadrante oeste, podendo superar os 300 mm em 7 dias, e em parte do território de Santa Catarina, pontualmente podendo chegar aos 150 mm em 7 dias. 

Além disso, os acumulados devido a estes sistemas podem superar os 100 mm em 6h nos dias 23 (entre madrugada e manhã, quadrante sul do RS), 25 (manhã e tarde, quadrante sul e oeste do RS) e 26 (manhã e tarde, quadrante oeste), por isso tendem a ser os dias que demandam mais atenção devido à severidade dos eventos de chuva. Também haverá condição para ocorrência das chuvas em Santa Catarina, entretanto com volumes menores, em função da proximidade dos sistemas transientes. O Paraná apresentará um cenário mais seco, com baixa possibilidade de ocorrência de chuva em todo o estado, ou apenas de forma isolada. Durante a semana a umidade relativa do ar mínima ficará elevada no estado do RS, em torno ou acima de 60%, e em torno de 40-50% nas demais regiões.