Déficit das contas públicas chega a R$ 108 bilhões em junho

Rombo acumulado em 12 meses atinge R$ 894 bilhões, equivalente a 7,3% do PIB

31.07.2025 | 13:34 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações da Agência Brasil

As contas públicas registraram déficit nominal de R$ 108,107 bilhões em junho. O resultado inclui o saldo primário negativo de R$ 47,091 bilhões e os gastos com juros da dívida, que somaram R$ 61,016 bilhões no mês.

Em junho de 2024, o déficit nominal havia atingido R$ 135,724 bilhões. A redução se deve principalmente ao desempenho das operações de swap cambial realizadas pelo Banco Central. Em junho deste ano, essas operações geraram ganho de R$ 20,9 bilhões. No mesmo mês de 2024, haviam provocado perda de R$ 28,6 bilhões. Sem esse efeito, a conta de juros teria crescido em R$ 15,7 bilhões na comparação interanual.

Nos 12 meses encerrados em junho, o déficit nominal acumulado alcançou R$ 894,388 bilhões, equivalente a 7,3% do Produto Interno Bruto. O indicador é um dos principais usados por agências de classificação de risco e investidores para avaliar a sustentabilidade fiscal do país.

O déficit primário de junho, que exclui os juros da dívida, chegou a R$ 47,091 bilhões. Todas as esferas de governo registraram saldo negativo. O Governo Central contribuiu com déficit de R$ 43,527 bilhões. Os governos estaduais somaram R$ 1,354 bilhão de resultado negativo. As estatais, excluídas Petrobras e Eletrobras, apresentaram déficit de R$ 2,610 bilhões. Apenas os municípios tiveram superávit, de R$ 400 milhões.

No acumulado de 2025, o setor público consolidado ainda registra superávit primário de R$ 22,029 bilhões, revertendo o déficit de R$ 43,448 bilhões do primeiro semestre de 2024. Segundo o Banco Central, a melhora decorre da diferença no calendário de pagamento de precatórios. Neste ano, estão previstos R$ 63 bilhões em pagamentos no segundo semestre.

Apesar da redução do déficit nominal em junho, o endividamento cresceu. A dívida líquida do setor público alcançou R$ 7,702 trilhões, ou 62,9% do PIB. Trata-se do maior nível da série histórica iniciada em 2001. Em maio, o percentual era de 62% (R$ 7,547 trilhões). O aumento reflete o déficit nominal do mês e a valorização cambial de 4,4%.

A dívida bruta do governo geral subiu para R$ 9,388 trilhões em junho, equivalente a 76,6% do PIB, ante 76,1% em maio. O indicador considera apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais, e serve de referência internacional para análise do endividamento.

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