Conexão Abisolo discute avanços em biofertilizantes

Pesquisador da UFPR aborda uso de aminoácidos e microalgas para melhorar produtividade agrícola

24.07.2025 | 15:07 (UTC -3)
Adriana Roma

Nos dias 22 e 23 de outubro de 2025, o Conexão Abisolo reunirá especialistas do setor de nutrição vegetal no Expo D. Pedro, em Campinas (SP), com uma programação técnica dedicada às inovações em fertilizantes de matriz orgânica e biofertilizantes. Entre os destaques está a participação do pesquisador Átila Mógor (na foto), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que ministrará duas palestras durante o evento, explorando os potenciais dos L-aminoácidos e das microalgas na agricultura.

A primeira palestra, no dia 22 de outubro, intitulada “L-aminoácidos como moléculas sinalizadoras”, integra o painel “Biofertilizantes na mitigação de estresses abióticos” e abordará como esses compostos — sintetizados naturalmente ou aplicados via biofertilizantes — atuam na adaptação das plantas em situações de estresse hídrico, térmico ou salino. A proposta é destacar os processos fisiológicos ativados por essas moléculas e o papel dos biofertilizantes na estimulação de mecanismos de defesa das plantas.

“A planta produz naturalmente aminoácidos, inclusive muitos além dos 20 que formam proteínas. Alguns deles funcionam como moléculas sinalizadoras, ou seja, participam das respostas de adaptação ao estresse. A aplicação de biofertilizantes pode estimular esses processos e favorecer o desempenho das lavouras, especialmente diante das mudanças climáticas”, explica Mógor. Segundo o pesquisador, as plantas exsudam aminoácidos pelas raízes, contribuindo para a qualidade da rizosfera, mas também são capazes de absorvê-los via aplicações foliares ou no solo, estabelecendo um processo de mão dupla entre o que é produzido e o que é aplicado.

Já a segunda palestra, no dia 23, “Microalgas na agricultura: obtenção de aminoácidos e metabólitos de nitrogênio”, está inserida no painel denominado “Bioinsumos e seus Efeitos Fisiológicos” e trará uma visão atualizada sobre o uso de microalgas como fontes biotecnológicas de compostos bioativos. Cultivadas em biorreatores, as microalgas têm uso consolidado na alimentação, cosmética e saúde humana, e agora despontam como insumos na agricultura.

“A biomassa das microalgas pode fornecer aminoácidos e poliaminas, entre outros compostos, com efeitos positivos no desenvolvimento vegetal. Essas substâncias atuam em processos de crescimento e adaptação ao estresse, com aplicações promissoras em diversas culturas. No Brasil, o uso agrícola de microalgas ainda é incipiente, mas a tendência é de crescimento acelerado nos próximos anos”, afirma Mógor. Ele lembra que o país possui avanços acadêmicos do uso agrícola de microalgas, mas ainda precisa superar desafios industriais para alcançar o patamar de produção em escala como na Europa e nos Estados Unidos.

“Queremos oferecer ao público uma programação que reflita os avanços da pesquisa e, ao mesmo tempo, estimule a adoção de tecnologias sustentáveis no campo. Os temas apresentados pelo professor Átila dialogam diretamente com as necessidades da agricultura moderna e com os princípios defendidos pela Abisolo”, resume o presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, Clorialdo Roberto Levrero.

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