Paraná inicia segunda fase de operação contra greening
Iniciativa visa orientar produtores, detectar focos e erradicar plantas sintomáticas na região do Vale do Ribeira
A ausência da China no mercado de exportação de soja dos Estados Unidos provocou uma queda abrupta nas vendas e nos preços da oleaginosa às vésperas da colheita de 2025. Os agricultores enfrentam a perspectiva de mais um ciclo de perdas, com futuros abaixo dos custos de produção e estoques elevados. As informações são da American Soybean Association (ASA).
China é o maior comprador global de soja. Responde por 61% das importações mundiais. Em anos anteriores, os EUA exportaram até 31% de sua produção para o mercado chinês. Mas a guerra comercial de 2018 inverteu essa tendência. As tarifas de 25% impostas por Pequim reduziram drasticamente as compras. Em 2025, a tarifa total aplicada à soja dos EUA é de 34%, incluindo imposto de valor agregado e tarifa de nação mais favorecida.
Desde então, o Brasil assumiu a liderança no fornecimento de soja para a China. Em 2025, o Brasil deve produzir 42% mais soja que os EUA, conforme análise da ASA. A produção brasileira atende sozinha o volume que a China pretende importar neste ciclo: 112 milhões de toneladas.
A janela de vendas dos EUA ficou restrita entre setembro e fevereiro. Após o início da colheita brasileira, a China prioriza o fornecedor sul-americano. Em 2025, os chineses compraram volumes recordes do Brasil entre abril e julho e não registraram nenhuma nova encomenda da nova safra americana até agosto. Em anos sem disputas comerciais, os chineses já haviam comprado até 27% de suas necessidades antes da colheita nos EUA.
Sem a China, os preços futuros da soja caíram 5% em menos de três semanas, entre 18 de julho e 6 de agosto. Os contratos de novembro de 2025 recuaram de US$ 10,36 para US$ 9,84 por bushel. O custo médio de produção está estimado em US$ 12,05/bu. A diferença acentua os prejuízos.
Nos estados de Dakota do Norte e Sul e Nebraska, principais exportadores pelo noroeste do Pacífico, não há encomendas registradas, informa a ASA. Em Alton (ND), o ágio local recuou de –US$ 0,95 para –US$ 1,20 por bushel no período. Os agricultores agora armazenam soja na esperança de preços melhores, mas enfrentam custos altos de estocagem e incerteza quanto à recuperação do mercado.
Os EUA continuam com uma das maiores capacidades produtivas globais. A demanda mundial por proteína cresce. Mas, sem acordo com a China, os produtores americanos perdem acesso ao principal mercado. A redução das exportações deve ampliar o déficit da balança comercial agrícola e limitar investimentos em 30 estados produtores.
A colheita nos EUA começa em setembro. Metade da safra entra no mercado até meados de outubro.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura