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Pesquisa realizada no Equador propõe uma alternativa de baixo custo para o manejo de insetos: o uso de extrato etanólico da casca de tangerina (Citrus reticulata L. var. Clementina) como pesticida botânico.
Durante a estação chuvosa de 2023, dois tipos de formulação do extrato (1,25% e 2,50%) foram aplicados em cultivos de batata (Solanum tuberosum L. var. Capiro), sendo comparados com tratamentos químicos convencionais e com uma área sem aplicação.
Os resultados apontaram que a formulação a 2,50% reduziu entre 49% e 62% as populações de pragas como tripes (Frankliniella occidentalis) e pulgões (Aphididae), alcançando desempenho equivalente ao de pesticidas sintéticos.
O experimento foi conduzido em blocos aleatorizados com 45 plantas por tratamento, em três blocos distintos. A aplicação do extrato ocorreu semanalmente entre os dias 30 e 105 após o plantio. A avaliação das pragas incluiu inspeção direta nas plantas e armadilhas amarelas para captura de insetos.
A formulação a 2,50% obteve reduções significativas de ovos e ninfas de Bactericera cockerelli, além de lagartas (Spodoptera frugiperda). Para os pulgões, a redução foi de 52%, resultado próximo ao do tratamento convencional, com 75%. Nos testes com armadilhas, observou-se que a presença de pragas também caiu em níveis semelhantes nos tratamentos com extrato e com pesticidas sintéticos.
O extrato não afetou populações de insetos benéficos, como joaninhas (Coccinellidae), abelhas (Apis mellifera) e vespas. Esses insetos são essenciais para a polinização e controle biológico.
A análise pós-colheita mostrou que o rendimento com a formulação de 2,50% atingiu 73% da produtividade das parcelas com manejo químico, mantendo qualidade semelhante dos tubérculos. O tratamento com extrato também reduziu a incidência da larva Premnotrypes vorax, praga subterrânea comum na região andina.
Em termos de danos visíveis, os tubérculos colhidos apresentaram níveis semelhantes entre os tratamentos com extrato e os químicos. As larvas foram menos frequentes nas parcelas com a formulação a 2,50%, embora sem diferença estatística clara em relação àquelas com pesticida sintético.
O extrato foi obtido a partir de cascas de tangerina colhidas no cantão de Pimampiro. As cascas foram cortadas, maceradas em álcool etílico 96% por 15 horas e processadas em unidade piloto com evaporação e recirculação do solvente. O rendimento foi de 9,9% do peso das cascas.
Análises fitoquímicas revelaram a presença de flavonoides, esteroides, taninos e compostos com grupos funcionais associados a atividades inseticidas, como o limoneno. Este monoterpeno representou cerca de 70% dos compostos detectados, sendo apontado como responsável principal pela ação biológica.
Testes com o nematoide Caenorhabditis elegans indicaram baixa toxicidade ambiental do extrato. Concentrações similares às usadas no campo causaram efeitos mínimos nos organismos não alvo.
Mais informações em doi.org/10.3390/insects16070680
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