Cafeicultura cresce nas matas de Rondônia

Estudo da Embrapa revela avanço da produção de café robusta no estado

28.10.2025 | 08:54 (UTC -3)
Revista Cultivar, a partir de informações de Fabio Reynol
Fotos: Enrique Alves
Fotos: Enrique Alves

A produção de café nas Matas de Rondônia alcançou novo patamar. Estudo da Embrapa revela que a produtividade média de canéforas no estado chegou a 68,5 sacas por hectare, superando a média nacional de 50,4 sacas. O crescimento ocorre com base em pequenas propriedades familiares e alta tecnificação.

De 2001 a 2023, a área cultivada encolheu 75%, enquanto a produtividade saltou 550%, de 7,8 para 50,2 sacas por hectare. A irrigação cobre 98,7% das lavouras. A conectividade rural passou de 9,2% para 97,7% em sete anos. O faturamento médio por propriedade aumentou 38% entre 2021 e 2023.

A região das Matas de Rondônia concentra 75% da produção estadual. Em 2021, recebeu o registro de Indicação Geográfica. A atividade responde por 63,6% do Valor Bruto da Produção agrícola local. São mais de sete mil cafeicultores no estado. As propriedades têm, em média, 28,6 hectares, com lavouras de 3,4 hectares.

O custo médio informado por hectare é de R$ 17,8 mil. O preço da saca gira em torno de R$ 1.300, enquanto o custo fica próximo de R$ 618. A margem tem estimulado a permanência de jovens no campo. A idade média dos produtores caiu de 53 para 47 anos em 15 anos.

Mecanização da colheita

A mecanização da colheita avança. O estado já conta com mais de 200 colhedoras e até serviços de aluguel de máquinas. A tecnificação inclui fertirrigação, adubação correta, podas e clones adaptados ao bioma. Apesar disso, a colheita ainda depende de mão-de-obra, que está cada vez mais escassa.

As mudanças climáticas impõem novos desafios. O período de irrigação aumentou de três para até cinco meses, elevando custos com energia e exigindo mais água. Técnicas de eficiência hídrica se tornam urgentes.

Impacto ambiental

O impacto ambiental da cafeicultura na região é positivo, diz a Embrapa. Estudo recente mostra que os cafezais sequestram 2,3 vezes mais carbono do que emitem. Entre 2020 e 2023, sete dos 15 municípios apresentaram desmatamento zero. Apenas 0,6% da área ocupada por cafezais teve retirada de vegetação.

As florestas cobrem metade do território das Matas de Rondônia. Delas, 56% estão em terras indígenas. Ao todo, 2,2 milhões de hectares preservam vegetação nativa. O café da região se consolida como produto de qualidade, associado à sustentabilidade e ao desenvolvimento de comunidades tradicionais.

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
Agritechnica 2025