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A descarbonização das cadeias agrícolas esteve no centro da quarta edição do Carbon Science Talks, evento realizado pela Bayer na Amcham Brasil, em São Paulo. A empresa apresentou a evolução do PRO Carbono, que deixa de ser um programa voltado a produtores parceiros e passa a operar como uma plataforma regional de soluções regenerativas para Brasil, Argentina e Paraguai.
Criado em 2020, o PRO Carbono reúne metodologias científicas, modelos de mensuração e ferramentas digitais desenvolvidas ao longo de cinco anos com apoio de 19 instituições, entre elas Embrapa, Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta) e Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (Inti). Hoje, mais de três mil agricultores participam de iniciativas associadas ao projeto, que já formam um banco de dados com mais de três milhões de hectares monitorados.
Segundo dados apresentados no evento, propriedades participantes que adotam práticas como plantio direto, rotação de culturas e uso de plantas de cobertura registraram, em média, 11% de aumento na produtividade anual e 9% de ganho em estabilidade produtiva. Na soja, a empresa afirma que as áreas monitoradas apresentam pegada de carbono 50% menor que a média nacional, podendo superar 70% com avanços no manejo.
Os projetos somam 1,39 milhão de toneladas de CO₂eq removidos da atmosfera, volume equivalente a 231 mil hectares de reflorestamento. Conforme a Bayer, os resultados superam valores comumente citados na literatura científica sobre sequestro de carbono no solo.
“Esses resultados mostram o potencial da agricultura regenerativa e o papel do setor em liderar soluções climáticas globais para tornar o sistema alimentar mais produtivo, resiliente e sustentável”, explicou a diretora do Negócio de Carbono da Bayer para a América Latina, Marina Menin.
Com a ampliação, o PRO Carbono passa a integrar mais de 20 projetos que oferecem mensuração de emissões, ferramentas de suporte ao manejo e sistemas de MMRV (medição, monitoramento, reporte e verificação). O objetivo é conectar produtores, indústria e mercados interessados em cadeias com menor impacto climático.
Um dos exemplos citados foi a parceria entre Bayer e Viterra, na Argentina, que monitora mais de 1.200 produtores e dois milhões de hectares de soja. No primeiro ano, as áreas apresentaram pegada de carbono 35% inferior à média nacional, com potencial de redução acima de 60% com intensificação de práticas regenerativas. A expansão para o Paraguai está prevista para a próxima etapa.
“A gestão de emissões de carbono deixou de ser apenas um tema ambiental para se tornar um atributo estratégico de negócio. Nosso foco é escalar soluções que gerem valor para produtores, indústria e consumidores”, destacou o líder de Sustentabilidade da Viterra Conosur, Marcos Quaine.
Entre as soluções apresentadas estão:
Durante o evento também foi anunciada uma parceria entre Bayer e Rabobank para oferecer crédito com taxas reduzidas mediante cumprimento de indicadores ESG. “Unimos forças para acelerar a descarbonização da agricultura e oferecer recursos mais competitivos, conhecimento e ferramentas que ajudam os produtores a evoluir na resiliência climática e financeira de suas operações”, disse o head de Sustentabilidade da América do Sul no Rabobank, Taciano Custodio.
Agricultores que aderirem deverão assumir metas de emissões e outros dois indicadores ambientais ou sociais. O desconto na taxa pode superar 0,6%, dependendo da análise de crédito e do desempenho dos KPIs.
A plataforma PRO Carbono vem acumulando destaque em premiações do setor. Em 2025, a Bayer foi uma das vencedoras do Prêmio Eco, da Amcham Brasil, e teve sete projetos selecionados e três premiados em diferentes iniciativas relacionadas a sustentabilidade.
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