Atraso na colheita da soja reduziu em 12% as exportações agrícolas argentinas em abril

As chuvas de abril dificultaram a colheita da soja na Argentina e frearam as exportações do setor agropecuário. Até o dia 18 do mês, apenas 13% da área prevista havia sido colhida — 10 pontos percentuais atrás do registrado no ano anterior. As informações são da Bolsa de Comercio de Rosario.

O impacto refletiu nos embarques, que totalizaram 6,92 milhões de toneladas, uma queda de 12% em relação ao mesmo mês de 2024 e também abaixo da média dos últimos cinco anos.

O complexo soja registrou exportações de 2,77 milhões de toneladas. O farelo respondeu pela maior parte da retração, com volume 21% menor que a média. Em contraste, o óleo apresentou alta de 14,5% na comparação anual, impulsionado pela indústria de biocombustíveis nos Estados Unidos.

O milho somou embarques de 3,49 milhões de toneladas, 16% abaixo de abril do ano passado. A logística priorizou o transporte da soja após a trégua das chuvas. A oferta menor também contribuiu. Apesar disso, o preço FOB subiu 13% frente a 2024, puxado pela demanda firme e pela ausência do Brasil no mercado spot. Atualmente, a tonelada do cereal gira em torno de US$ 225.

No caso do trigo, as exportações cresceram 27% na comparação anual, com 660 mil toneladas. Porém, ficaram 24% abaixo da média dos últimos cinco anos.

O farelo de soja vive um momento crítico: está no menor patamar de preço dos últimos cinco anos. O excesso global do subproduto pressiona os valores e compromete o poder de compra da indústria. No mercado interno, a tonelada caiu para R$ 290 mil. Já o óleo mantém preço firme, sustentado pela forte demanda internacional.

Enquanto isso, o mercado global segue atento à evolução climática e a possíveis avanços nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos. Em Chicago, os preços da soja, do milho e do trigo fecharam abril com quedas semanais de até 2,5%.