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A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) demonstrou preocupação com o Plano Safra 2025/26, lançado hoje. Segundo a entidade, o crédito rural segue inacessível diante de juros elevados e aumento do endividamento no campo.
Embora o governo federal tenha anunciado R$ 516,2 bilhões, R$ 185 bilhões virão por meio de Cédulas de Produto Rural (CPR) lastreadas em Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), instrumentos com taxas não controladas. Ao desconsiderar essa parcela, o volume real disponível sofre queda nominal de 17,3%.
Os recursos com juros prefixados cresceram 5% em relação ao ciclo anterior, mas sofreram redução real de 0,32% devido à inflação acumulada. Parte desses valores já está comprometida com dívidas da safra anterior.
No Pronamp, os R$ 69,1 bilhões mantêm taxas diferenciadas, mas também não compensam perdas inflacionárias. Os investimentos controlados do setor agropecuário somaram R$ 79,93 bilhões. Os recursos livres, mais caros e com exigências rígidas, caíram 31%, totalizando R$ 21,6 bilhões.
“Temos menos dinheiro disponível para contratar”, afirmou o presidente da Aprosoja MT, Lucas Costa Beber. Ele destacou que o poder de compra do produtor segue corroído.
O diretor administrativo da entidade, Diego Bertuol, lembrou que apenas 70% dos valores do plano anterior chegaram ao produtor. A taxa da linha de custeio empresarial subiu de 12% para 14%.
No novo plano, os juros variam entre 8,5% e 14%, com 10% para o Pronamp. Para pequenos e médios produtores, essas taxas dificultam o acesso ao crédito. Boa parte da renda cobre dívidas antigas.
O plano exige cumprimento do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), considerado defasado.
A Aprosoja MT também criticou a destinação de apenas R$ 3,7 bilhões ao Programa de Construção de Armazéns (PCA) para estruturas de até 12 mil toneladas, abaixo dos R$ 9 bilhões sugeridos.
Em relação à sustentabilidade, o governo ofereceu rebate de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros para produtores em programas reconhecidos pelo MAPA, contra 1 ponto pedido pela entidade.
A Aprosoja MT avalia que o plano não trouxe avanços concretos e que o excesso de regulamentação compromete sua efetividade.
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