João Martins é empossado para novo mandato na CNA
Cerimônia em Brasília marcou a posse da diretoria e do Conselho Fiscal para o período 2025-2029
O Ministério Público de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e a Polícia Militar do Estado de SP deflagraram, nesta terça-feira (10/12), a “Operação Pesticida” contra organização criminosa de falsificação, adulteração e comercialização de pesticidas. Ao todo, 23 suspeitos foram presos nos Estados de São Paulo e do Espírito Santo e 5 laboratórios clandestinos desmantelados. A ação cumpriu 25 mandados de prisão temporária e 90 de busca e apreensão para desarticular células especializadas na ilicitude, resultado de inteligência investigativa conjunta das autoridades ministeriais e policiais iniciada em 2023 e 2025.
Realizada entre os dias 10 e 11 de dezembro, a operação mobilizou efetivo de cerca de 250 policiais militares, dezenas de promotores de Justiça e servidores do Ministério Público, com apoio de 65 viaturas. Pela PMSP, estiveram empenhados o 4º Batalhão de Polícia Militar Ambiental, do 11° Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e do 15º Batalhão de Polícia Militar do Interior (15 BPMI). A CropLife Brasil, entidade que representa empresas de defensivos químicos, sementes, biotecnologia e bioinsumos, está apoiando as autoridades na destinação ambientalmente correta dos produtos apreendidos.
A Operação Pesticida investiga crimes como organização criminosa, falsidade ideológica em documento público, lavagem e ocultação de bens e valores, além de falsificação, adulteração e comercialização de pesticidas. A condução revelou atuação regional e ramificações interestaduais por parte dos alvos, estruturadas em núcleos especializados. Os trabalhos de campo foram executados em cidades como Franca e Ribeirão Preto, além de municípios de Minas Gerais, como foco em lideranças de relevância, endereços e produtos. Contudo, um dos alvos foi preso no estado capixaba.
“De uma maneira geral, [a operação], foi muito produtiva e efetiva porque dentro dos imóveis, durante as buscas, foram localizados e desmantelados cinco laboratórios clandestinos, sendo um desses locais uma gráfica que alimentava o esquema produtivo ilícito. (...) Ressalto o impacto dessa operação, seja pela questão da identificação e da prisão de pessoas de destaque, como também pela localização e desmantelamento de locais que eram utilizados na fabricação clandestina em larga escala. Isso estava causando grande prejuízo, não só à comunidade local e regional, como também para todo o Brasil em virtude da remessa de produtos falsos”, considerou o Promotor de Justiça do Gaeco de Franca (SP), Adriano Melega, responsável pela operação.
Além dos 23 suspeitos localizados, laboratórios e gráfica clandestinos fechados, a operação recolheu galões, itens, rótulos e utensílios utilizados na prática de falsificação dos insumos agrícolas. A quantificação e identificação dos produtos e prejuízos estimados estão sendo realizadas pelo Gaeco, com apoio da indústria e associações. As oitivas e interrogatórios dos envolvidos seguem em andamento.
“A indústria apoia inciativa das autoridades de Estado de investigar, ou mesmo fiscalizar preventivamente, todas as ações desenvolvidas no mercado ilícito de insumos agrícolas, especialmente aquelas de pesticidas ilegais e de sementes piratas. Esses produtos têm um impacto no meio-ambiente, na economia e no mercado lícito, gerando concorrente desleal e prejuízos para os produtores rurais”, destacou o gerente do Comitê de Combate a Produtos Ilegais da CLB, Nilto Mendes, sobre o resultado.
Nos últimos quatro anos, mais de 1,4 mil toneladas de pesticidas ilegais foram incineradas com apoio da associação. Em 2025, o balanço parcial já atinge mais de 220 toneladas destinadas. A operação deflagrada evidencia a profissionalização da organização e a realidade deste tipo de crime presente no agronegócio brasileiro. A pauta é agenda de compromisso da CLB, que possui o comitê de Combate a Produtos Ilegais empenhado no apoio a criminalização do mercado ilícito e da pirataria no campo. A atividade compromete a qualidade dos produtos, a cadeia de produção e o estímulo à inovação.
O combate ao mercado ilegal agrícola exige mobilização conjunta entre órgãos públicos, produtores e sociedade e a CropLife Brasil mantém um canal de denúncias ativo no site, para recebimentos e encaminhamentos. Além disso, em parceria com a Escola de Segurança Multidimensional (Usem) da USP, a CLB realiza o “Programa de Formação no Combate aos Mercados Ilícitos de Insumos Agrícolas” para capacitação de profissionais no reconhecimento, apreensão, manuseio, fiscalização e investigação destes produtos. As ações estão no escopo da campanha permanente de Boas Práticas Agrícolas da entidade.
Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura