Abrafrutas destaca a fruticultura brasileira na Europa

Em missão organizada pela ApexBrasil, a associação participou do Painel Empresarial Agronegócio

01.05.2025 | 14:45 (UTC -3)
Telma Martes

A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), representada pelo presidente da instituição, Guilherme Coelho, participou do Encontro com Representantes dos Setores de Promoção Comercial e Investimentos (Secoms), Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectecs) e Adidos Agrícolas realizado na cidade de Bruxelas. O evento que foi organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), com apoio do Ministério de Relações Exteriores reúne representantes do governo, do setor produtivo e de entidades setoriais.

A convite da ApexBrasil, Guilherme Coelho integra a comitiva brasileira e representou o setor da fruticultura no encontro. Em destaque, o presidente da Abrafrutas participou como painelista no Painel Empresarial: Agronegócio, que reuniu importantes lideranças do agronegócio nacional para apresentar perspectivas e oportunidades de expansão no mercado europeu.

Guilherme Coelho destacou o desempenho crescente da fruticultura brasileira, o potencial de expansão no mercado europeu e a importância da sustentabilidade como fator de competitividade para o setor. Também ressaltou a expectativa positiva em relação à finalização do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.

"Sem dúvida, o acordo entre os dois blocos foi o tema mais debatido por aqui. A ratificação desse acordo é fundamental para a fruticultura brasileira, especialmente com a redução das tarifas sobre as exportações das nossas frutas. Um exemplo é a uva. Quando o Brasil exporta para a União Europeia, paga entre 8% e 14% de impostos. Enquanto isso, países como Chile, Peru e África do Sul não pagam nada, o que torna a concorrência desleal, o acordo de livre comércio prevê a eliminação imediata dessa tarifa assim que entrar em vigor”, explica.

Além da uva, outras frutas brasileiras também serão gradualmente beneficiadas com a redução tarifária prevista no acordo entre Mercosul e União Europeia. O abacate, que atualmente enfrenta uma tarifa de 4%, terá esse imposto eliminado em um período de quatro anos, com reduções progressivas a cada ciclo. O limão e as limas, sujeitos a uma tarifa de 14%, alcançarão isenção total em até sete anos. O mesmo ocorrerá com o melão e a melancia, cuja tarifa de 9% será zerada ao longo de sete anos, beneficiando diretamente importantes polos produtores brasileiros. Já a maçã, que hoje paga 10% de imposto para entrar no mercado europeu, terá essa tarifa totalmente eliminada em um processo escalonado de dez anos.

Um dos principais objetivos da missão, segundo o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, é dialogar diretamente com os responsáveis pelo andamento do Acordo Mercosul-União Europeia no continente europeu. “Estivemos em Lisboa, em Varsóvia, na Polônia e agora em Bruxelas, em uma série de audiências com interlocutores estratégicos. Seguimos confiantes de que o acordo será aprovado no Conselho Europeu em setembro e, em seguida, no Parlamento”, afirmou.

Viana destacou ainda que este é um momento crucial para a construção de acordos de livre comércio, especialmente em um cenário global no qual outros países estão elevando tarifas. “Enquanto alguns fecham suas economias, o Brasil aposta na abertura de mercados e no fortalecimento das relações comerciais com parceiros estratégicos”, completou.

As atividades realizadas durante o encontro tiveram também como finalidade estreitar laços institucionais, identificar novas oportunidades comerciais e consolidar a presença do Brasil como fornecedor confiável de produtos agrícolas no exterior.

Compartilhar

Newsletter Cultivar

Receba por e-mail as últimas notícias sobre agricultura

acessar grupo whatsapp
Agritechnica 2025