
Phakopsora pachyrhizi é um fungo que causa a doença conhecida como ferrugem-asiática da soja. No Brasil, é chamada de "ferrugem" devido ao aspecto enferrujado que causa nas folhas infectadas. Desde sua introdução no país em 2001, a ferrugem-asiática tem causado perdas significativas, com reduções de produtividade que podem ultrapassar 80% em condições epidêmicas sem manejo adequado.
Classificação taxonômica de Phakopsora pachyrhizi:
- Reino: Fungi
- Filo: Basidiomycota
- Classe: Pucciniomycetes
- Ordem: Pucciniales (anteriormente Uredinales)
- Família: Phakopsoraceae
- Gênero: Phakopsora
- Espécie: Phakopsora pachyrhizi
Culturas atacadas
A ferrugem-asiática afeta principalmente a soja. Todavia, o fungo infecta mais de 150 espécies da família Fabaceae, incluindo Phaseolus vulgaris (feijão-comum), Pueraria lobata e Neotonia wightii. Há relatos de infecção em espécies não leguminosas.
Sintomas
Os primeiros sintomas aparecem como pequenas pontuações escuras no terço inferior da planta, variando de verde-acinzentado a marrom-claro.
Essas lesões evoluem, formando saliências na face inferior da folha, conhecidas como urédias, de onde uredósporos são liberados para a disseminação da doença.
Folhas infectadas tornam-se amarelas, secam e caem prematuramente, comprometendo o enchimento dos grãos e reduzindo drasticamente a produtividade.
A densidade de lesões pode atingir até 100 pústulas/cm², reduzindo significativamente a área fotossintética e o peso de grãos.
Etiologia e características
A ferrugem-asiática é causada pelo fungo biotrófico Phakopsora pachyrhizi, que necessita de plantas vivas para completar seu ciclo.
Sua rápida disseminação e capacidade de adaptação tornam-no um dos maiores desafios para a agricultura moderna.
Os uredósporos, estruturas reprodutivas do fungo, são responsáveis por iniciar novas infecções e se espalham amplamente por correntes de ar. A velocidade de dispersão dos uredósporos pode atingir 10–20 km/h em ventos moderados, com estudos indicando transporte transcontinental em correntes de jato.
Phakopsora pachyrhizi não é transmitido por sementes e depende do vento para a dispersão de seus uredósporos.
Condições favoráveis para a infecção incluem temperaturas entre 15°C e 25°C e pelo menos seis horas de molhamento foliar.
Chuvas frequentes e umidade elevada contribuem para epidemias severas da doença.
O fungo sobrevive na entressafra em plantas vivas, tornando o vazio sanitário essencial para reduzir a inóculo inicial.
Controle
O manejo eficaz da ferrugem-asiática requer uma combinação de estratégias:
- Vazio sanitário: período de ausência de plantas vivas de soja na entressafra para reduzir a população do fungo.
- Cultivares resilientes e precoces: uso de variedades resistentes ou semeadas no início da época recomendada para escapar do período de maior pressão da doença.
- Monitoramento: inspeções regulares para detectar os primeiros sinais da doença. Ferramentas como coletores de esporos ajudam na tomada de decisão quanto ao uso de fungicidas.
- Fungicidas: aplicação preventiva ou no início dos sintomas, usando produtos de diferentes modos de ação para evitar a resistência do fungo. A rotação e mistura de fungicidas são essenciais para manter a eficácia dos tratamentos.
- Resistência genética: cultivares com genes de resistência oferecem proteção parcial, mas a virulência do fungo limita sua eficácia. Genes empilhados ("stacked genes") estão em desenvolvimento.
Nota sobre resistência: a resistência de P. pachyrhizi a fungicidas sítio-específicos, como triazóis (FRAC 3) e estrobilurinas (FRAC 11), é um desafio crescente. Ensaios de sensibilidade indicam EC50 (concentração efetiva para 50% de inibição) até 10 vezes maior em populações resistentes.
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