Nova geração de fertilizantes foliares ganha espaço no mercado
Por Daniel Sousa, gerente de Portfólio Nutricionais Agrichem
Spodoptera frugiperda, popularmente conhecida como lagarta-do-cartucho, é um inseto lepidóptero que, em sua fase larval, é considerado o principal causador de danos a diversas culturas, em especial, à do milho.
De origem norte-americana, a lagarta-do-cartucho adaptou-se, facilmente, ao clima tropical, fator que favorece sua proliferação. Por ser um inseto polífago, apresenta capacidade de causar danos a uma gama variada de culturas. São aproximadamente 150 espécies suscetíveis ao ataque de S. frugiperda, com destaque para o milho (Zea mays L.). Dentre as pragas mais nocivas à espécie, o inseto destaca-se por alimentar-se do vegetal em todos os seus estágios de desenvolvimento, podendo causar perdas elevadas, a depender da cultivar e também do ambiente.
Diversas espécies vegetais podem atuar como hospedeiras de S. frugiperda, dentre elas, a soja (Glycine max) - que é a leguminosa mais abundante no agronegócio brasileiro, e pode ter papel fundamental na proliferação de insetos, quando o controle não é realizado corretamente. O cultivo de milho ocorre, muitas vezes, em sucessão à soja, facilitando, assim, a disseminação da lagarta-do-cartucho em seu hospedeiro mais suscetível. Considerando-se que os danos causados em milho podem chegar a, aproximadamente, 39% da produção, é de suma importância realizar o controle da praga em plantas hospedeiras.
Spodoptera frugiperda está vinculada à ordem dos lepidópteros, da qual fazem parte as borboletas e as mariposas. Seu ciclo de vida é composto por quatro fases: ovo, larva (que tem características diferentes no início e no final da fase), pupa e adulto.
Os ovos de S. frugiperda são colocados nas folhas de milho, preferencialmente durante o período noturno. Uma fêmea pode pôr entre 150 e 350 ovos e tem até 13 posturas durante seu ciclo de vida. Em se tratando da coloração, logo após a postura eles são verde-claros, após 12 horas passam à cor laranja, e escurecem ainda mais ao aproximar-se da eclosão.
A incubação dura, no máximo, quatro dias, no entanto, pode ser reduzida à metade desse tempo em ambientes com alta temperatura, pois temperaturas elevadas são um fator capaz de acelerar o amadurecimento dos ovos.
As larvas alimentam-se, imediatamente, das cascas de ovos recém-eclodidos e, posteriormente, atacam o vegetal. Essa fase dura entre 14 e 23 dias, e é composta por seis ou sete instares larvais. A coloração da larva também varia, desde o verde-claro, nos primeiros instares, até o marrom, à medida que se aproxima a fase de pupa.
É na fase larval que a identificação visual de S. frugiperda torna-se mais fácil, visto que esta apresenta características próprias aparentes. A lagarta-do-cartucho do milho possui um “Y” invertido em sua fronte e pontos pretos dispostos em forma de quadrado no fim do abdômen. Já as larvas, possuem três pares de pernas na região do tórax e cinco pares de falsas pernas no abdômen.
Após a passagem de todos os instares larvais, ocorre a fase de pupa, que dura entre seis e 55 dias, sob influência da temperatura. A pupa tem coloração marrom-avermelhada e, nessa fase, pode ficar disposta entre as palhas do milho, nas folhas, mas, principalmente, no solo.
Os adultos são mariposas que emergem em um período variável, de acordo com a duração da fase pupal. As fêmeas têm cor marrom-acinzentada e os machos são cinza-escuros. Esses insetos possuem alta mobilidade, medem aproximadamente quatro centímetros e essa fase dura em média 12 dias.
Há relatos da presença de lagarta-do-cartucho do milho em quase todas as áreas de cultivo no Brasil, no entanto, seus danos têm sido reduzidos com a utilização de sementes tratadas e/ou geneticamente modificadas, com a realização do manejo integrado de pragas (MIP), do controle químico e, também, biológico.
Os danos causados por S. frugiperda em milho ocorrem tanto na fase vegetativa quanto na fase reprodutiva da planta. No início, as lagartas raspam as folhas, deixando-as transparentes. As folhas são as principais responsáveis pela realização de fotossíntese. O comprometimento da área foliar pode levar à diminuição da produtividade ou até mesmo à morte do vegetal.
Ao alcançar maior estágio de desenvolvimento, a lagarta passa a alimentar-se do cartucho da planta de milho, que fica localizado entre o caule e a espiga, e serve como uma base de sustentação para a espiga.
Na fase reprodutiva, os danos podem ocorrer na área foliar, como no local de inserção da espiga com a planta, o que pode impedir o enchimento total dos grãos ou levar à queda da espiga. Já na espiga, o ataque ocorre, inicialmente, na ponta onde ficam localizados os estilos-estigmas, que são os “cabelos” do milho, responsáveis por levar o grão de pólen até o óvulo da planta.
Muito se ouve sobre os métodos de controle de pragas mais comuns na agricultura. O manejo integrado de pragas (MIP), com suas ferramentas mais potentes, que põe em prática um conjunto de ações - como controle cultural, controle mecânico, químico, uso de sementes de variedades e/ou cultivares resistentes - é frequentemente citado como combatente do ataque de S. frugiperda em milho. Nesse contexto, com o aumento da busca por produtos eficientes, de alta durabilidade e que ofereçam menos danos ao ambiente, surgiram também os produtos biológicos, que se somaram como ferramentas dentro do manejo integrado.
Tendo em vista a importância de S. frugiperda como causadora de danos a diversas culturas, é imprescindível adequar as medidas de controle para cada espécie vegetal, mas, também, para as necessidades do produtor, uma vez que o investimento pode ter custos elevados e inapropriados para certas situações.
*Por Luisa Laila Sousa da Silva, da Fazenda Santa Isabel II
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